Notícias

27/04/2017 - 17:43

CFP mobilizado contra o assédio moral no ambiente de trabalho

Trabalhadores da autarquia participam de palestra educativa sobre identificação e combate a práticas abusivas

CFP mobilizado contra o assédio moral no ambiente de trabalho

Quase metade dos trabalhadores brasileiros (42%) já sofreu assédio moral em suas carreiras, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Humilhações constantes, isolamento e ridicularização da vítima são características deste tipo de prática, que pode provocar severos danos à saúde física e mental, incapacitando a pessoa para o exercício das atividades laborais.

Na última terça-feira (25/4), profissionais do Conselho Federal de Psicologia (CFP) tiveram a oportunidade de dialogar sobre as formas de identificar e combater práticas que configurem assédio moral. O momento de reflexão foi conduzido pela psicóloga Sônia de Queiroz de Paula, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Distrito Federal (SAEDF) e secretária de Mulheres Trabalhadoras da Central Única dos Trabalhadores de Brasília (CUT/DF).

Segundo Sônia de Paula, os trabalhadores têm papel fundamental no apoio à vítima de assédio moral, ajudando-a a identificar e denunciar o abuso sofrido. “Não podemos presenciar calados que um colega passe por constrangimentos, seja ridicularizado ou menosprezado em seu exercício profissional. É preciso romper o pacto de tolerância e silêncio coletivo que geralmente se instala em ambientes marcados por práticas de assédio.”

Compromisso – Essa foi a primeira atividade da campanha educativa permanente que o CFP iniciou para prevenir e coibir situações de assédio moral e sexual no ambiente laboral. No mês de março, a autarquia firmou compromisso público com o Sindicato dos Empregados em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do Distrito Federal (Sindecof/DF) de combater de forma veemente qualquer situação que configure assédio e promover periodicamente ações e campanhas educativas sobre urbanidade no local de trabalho.

Segundo o analista administrativo Vinícius Sena de Lima, o compromisso formalizado pelo CFP com o Sindecof/DF é a concretização de uma ação histórica dos servidores da entidade. “A medida sela um compromisso da direção do CFP contra o assédio, garantindo proteção permanente aos trabalhadores”, afirma. “Agora temos confiança de que casos de assédio moral e sexual não vão se repetir e de que teremos nossos direitos preservados perante a lei”, complementa a técnica administrativa do CFP Poliana Kilian Gonçalves de Castro.

O presidente do Sindecof/DF, Douglas de Almeida Cunha, reconhece que o acordo é histórico, pois práticas de assédio moral e sexual esgarçam o tecido laboral. “Conseguimos fechar este acordo com a atual gestão do CFP, que tem visão democrática e acredita na importância da manutenção de um ambiente de trabalho saudável”, ressalta. Douglas Cunha lembra que o assédio moral e sexual são formas perversas que podem provocar sofrimento psicológico e físico ao trabalhador. “O assédio destrói a principal característica do ser humano, sua personalidade.”

“A Psicologia precisa estar atenta a todas as formas de relação que possam causar sofrimento psíquico. Por isso, no Conselho Federal de Psicologia não há espaço para assédio moral e sexual”, enfatiza o presidente do CFP, Rogério Giannini. Ele destaca que a instituição deve criar condições para prevenir e combater práticas assediadoras. “O caminho é apostar no diálogo permanente com as (os) trabalhadoras (es), respeitando a livre organização sindical no local de trabalho, sem restrições.”