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25/04/2017 - 17:45

CFP promove debate sobre educação inclusiva no Brasil

Especialistas vão discutir cenários e contribuições da Psicologia para o tema

CFP promove debate sobre educação inclusiva no Brasil

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, nesta terça-feira (25 de abril), às 18h30, debate on-line sobre a importância da educação inclusiva no Brasil. A partir do tema central “Quais as contribuições da Psicologia para Educação Inclusiva?”, especialistas das áreas de educação, pesquisa e graduação em Psicologia vão falar sobre o cenário da educação inclusiva no país e como como profissionais da área podem colaborar, em suas produções teóricas e campos de atuação, para que a escola brasileira avance na superação dos processos de exclusão.

O debate, que será transmitido em tempo real pelo site www.cfp.org.br e mídias digitais do CFP, contará com as presenças das psicólogas Sônia Shima, da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee), Lúcia Gautério Conde, da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep), e Regina Lucia Sucupira Pedroza, conselheira do CFP. A mediação será feita pela professora Simone Vieira de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina.

O público pode participar ativamente enviando opiniões e perguntas pelo Facebook e Twitter com a #PsiEducaçãoInclusiva.
Para Diva Lúcia Conde, um ponto fundamental a ser observado é a necessidade de ampliar o conceito de educação inclusiva para além das demandas sensoriais e motoras (no caso, o enfrentamento contra a discriminação por gênero, etnia, raça, religião) e inserir profissionais da Psicologia nas políticas públicas brasileiras do setor. Ela lembra que há dois marcos da área no Brasil: a Declaração de Salamanca, elaborada pela Unesco em 1994, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96). “Em ambos, temos o direito ao atendimento educacional adequado às pessoas com deficiências e necessidades educacionais especiais (AEE) reconhecido. Desde aquela década, a implementação de propostas pela União, Estados e municípios tem sido ampliada”, afirma a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para Sônia Shima, que leciona na Universidade Estadual de Maringá, o reconhecimento da educabilidade da pessoa com deficiência, da sua capacidade de aprender e de se desenvolver tem sido alvo da luta travada pelas escolas, pelas famílias e pela sociedade. “O bom ensino promove a aprendizagem e movimenta o desenvolvimento, mas nem por isso há um pensamento hegemônico sobre a importância da boa escola para todos os alunos, com e sem deficiência. A boa escola permite a promoção da compensação cultural para problemas biológicos, anatômicos ou funcionais, e psíquicos”, resume.

A conselheira federal Regina Pedroza conta que diferentes pesquisas e estudos mostram o distanciamento da Psicologia na questão da inclusão. “O que a Psicologia tem feito para incluir, já que vivemos em uma sociedade que exclui?”, pergunta Pedroza. “A Psicologia precisa sair do lugar no qual nasceu e se perpetuou, que é uma Psicologia baseada em uma classe social, de brancos colonizados. Precisamos incluir as crianças indígenas, negras e as que vivem em favelas”, complementa.

Dia nacional de luta – A Psicologia brasileira comemora o Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva em 14 de abril. Este ano, o CFP aproveitou a data para lançar uma campanha digital estimulando o debate sobre o assunto nas redes.

Instituído pelo Sistema Conselhos de Psicologia em 2004, o Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva tem como proposta mobilizar as (os) psicólogas (os) na defesa de políticas construídas em favor da inclusão escolar de pessoas historicamente excluídas do processo educacional: mulheres, povo negro, populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas e ciganas, imigrantes e refugiados, pessoas com deficiência e com habilidades/superdotação, pessoas em sofrimento psíquico, usuárias (os) dos serviços de saúde mental, adolescentes e jovens em conflito com a lei.

Conheça as debatedoras – Diva Conde é professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual se doutorou em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. É também conselheira-presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05) e presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep).

Sônia Shima é professora da Universidade Estadual do Maringá e integrante da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee). Ela tem pós-doutorado pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano da Universidade de São Paulo (USP) e é professora associada do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UEM, no qual é coordenadora adjunta. Tem experiência nas áreas de Psicologia e Educação, com ênfase em Psicologia Escolar.

Regina Pedroza é conselheira federal de Psicologia e professora associada da Universidade de Brasília (UnB), com pós-doutorado em Sciences de l’Education pela Universidade Paris.

As diferenças humanas nos enriquecem. Todos têm direito ao acesso à educação de qualidade. Venha participar do debate.

Serviço
Debate: “Quais as contribuições da Psicologia para Educação Inclusiva?”
Data: 25 de abril (terça-feira)
Hora: 18h30
Onde: http://www.cfp.org.br/
Participe pelo Facebook e Twitter enviando sua pergunta ou opinião com a #PsiEducaçãoInclusiva.