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22/04/2016 - 15:20

Mesas-redondas abordam intervenções e avaliação no Esporte

Atividades do Conbipe trataram sobre intervenções em atletas e métodos de validação e avaliação

Mesas-redondas abordam intervenções e avaliação no Esporte

As mesas temáticas do último dia de atividades do IX Congresso Internacional e XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe) abordaram “Intervenções com atletas olímpicos e paraolímpicos” e “Validação e avaliação utilizando instrumentos psicométricos para o Esporte”.

O primeiro tema teve como palestrantes as professoras Lenamar Fiorese, da Universidade Estadual de Maringá (UEM); Marcia Walter, da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); e Andressa de Silva Melo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Fiorese falou sobre a preparação psicológica da seleção brasileira de ginástica rítmica. A pesquisadora observou que psicólogos de diversas equipes que disputarão os Jogos Olímpicos em agosto, no Rio de Janeiro, vêm se reunindo para avaliação e troca de experiências. Ela destacou o caráter multidisciplinar da equipe do país, que conta com psicóloga, fisioterapeuta, médico e nutricionista. Segundo explicou, a meta é chegar à etapa final e obter o 7º lugar.

A psicóloga ressaltou a importância do trabalho de acompanhamento às profissionais, diante da rotina de treinos e do planejamento para as atletas chegarem ao objetivo pretendido.  Segundo ela, a rotina é rígida, com controle nutricional, restrição ao uso de celular e redes sociais, estabelecimentos de metas diárias e individuais e psicometria.

Tríade

“Esportes Paralímpicos: da avaliação ao treinamento psicológico” foi o tema da psicóloga Marcia Walter, com foco em ações realizadas no Paraná. Ela apontou ser essencial a “tríade da Psicologia”: acrescentar, agregar e técnicas específicas para melhorar o contexto onde as pessoas vivem e realizam suas atividades físicas.

Marcia citou fatores que influenciam o desempenho no paraesporte, entre os quais: conhecer a deficiência e a modalidade esportiva, boa comunicação, corpo técnico capacitado e classificação funcional (elegibilidade para competir). Ela alertou que a Psicologia ainda não tem espaço para opinar sobre os tipos de classificações de atletas nas respectivas categorias.

Andressa Silva debateu sobre a ocorrência de lesões em competições paralímpicas. A fisioterapeuta defendeu a importância de uma equipe multidisciplinar na preparação das equipes. Citou o exemplo de um mundial de atletismo paralímpico na Nova Zelândia, onde ocorreram terremotos e não havia psicólogo (a) para acompanhar e orientar o grupo.

Após explanar sobre os vários tipos de deficiência e limitações funcionais,  Andressa Silva disse que ainda há  somente 13 artigos publicados que tratam sobre lesões com atletas paralímpicos em campo e associados à Psicologia do Esporte. Para ela, mais do que pesquisar e realizar os atendimentos clínicos, os (as) profissionais precisam circular no ambiente, conversar com os (as) atletas e realizar ações integradas com a equipe multidisciplinar.  A palestrante explicou ainda como fatores psicológicos afetam o processo de reabilitação e que tanto a Psicologia como a Fisioterapia contribuem nesse processo.

Validação e avaliação

Nos debates sobre validação e avaliação com instrumentos psicométricos, os participantes foram Cristiano Gomes, da UFMG, e Jonas de Paula, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG).

Gomes abordou o tema “Contribuições da psicometria para os estudos em neuropsicologia cognitiva”, enfatizando a importância dessa técnica para a validação de testes. O professor utilizou exemplos como a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), justificando que foi a primeira a passar em teste mundial.

“Por via da psicometria os cientistas têm a oportunidade de questionar as suas próprias teorias, os seus próprios argumentos, os resultados até então encontrados, e as evidências construídas, assim como os instrumentos aplicados”, afirmou.

Ao tratar de “Instrumentos de avaliação de funções executivas”, Jonas de Paula mostrou os múltiplos modelos existentes e pontuou que não existe consenso sobre qual é o melhor. O professor citou os componentes estruturais como memória de trabalho (retenção de informações) e controle inibitório (interfaces com a cognição social e atenção), além de apresentar modelos de métodos neuropsicológicos.

Ele destacou a importância das funções executivas para a autonomia decisória e como forma de usar menos os instintos para as tomadas de decisões, como a elaboração de uma jogada. Para a Psicologia do Esporte, elogiou o Paradigma N-Back como ferramenta de avaliação.

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Leia a cobertura do CFP sobre o Conbipe, encerrado no sábado (16):

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