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03/10/2008 - 10:31

PNDS 2006: Fecundidade cai e acesso a serviços de saúde de mães e filhos cresce no Brasil

Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, financiada pelo ministério da Saúde com o objetivo de traçar perfil da mulher em idade fértil e de crianças menores de cinco anos, revela que a média de filhos por mulher caiu de 2,5 para 1,8 entre 1996 e 2006. No mesmo período, o percentual de mulheres que utilizam o Sistema Único de Saúde(SUS) como fonte de acesso a pílulas anticoncepcionais praticamente triplicou.

A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher de 2006 (PNDS) foi realizada com 15 mil mulheres em idade fértil ( 15 a 49 anos) e 5 mil crianças com até cinco anos, entre novembro de 2006 e maio de 2007, pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento(Cebrap). Foram entrevistadas pessoas que vivem em áreas urbanas e rurais nas cinco regiões brasileiras.

A metodologia incluiu ainda mensurações como as antropométricas, que medem altura e peso; análises laboratoriais de amostras de sangue, para dosagens de vitamina A e hemoglobina, e do teor de iodo disponível no sal consumido pelas famílias.

Com os dados coletados, foram analisadas questões como a fecundidade e intenções reprodutivas; a atividade sexual e anticoncepção; a assistência à gestação e ao parto; a morbidade feminina e o estado nutricional das crianças. Avaliaram ainda três novos temas introduzidos pela primeira vez na PNDS 2006: o acesso a medicamentos, os micronutrientes e a segurança alimentar nos domicílios (acesso à alimentação em quantidade suficiente e qualidade adequada).

CONCLUSÕES

Os resultados permitem uma importante análise comparativa entre 1996- ano da PNDS anterior – e 2006, revelando que, em 10 anos, as políticas públicas voltadas à saúde da mulher e da criança consolidaram o Sistema Único de Saúde como a maior política de inclusão social, segundo avaliação dos pesquisadores. Isso teria contribuído para reduzir as desigualdades sociais e para ampliar o acesso dessa população à adequada assistência à saúde.

FECUNDIDADE:a ampliação do acesso a métodos contraceptivos levou à queda do número de cirurgias de esterilização em mulheres ( de 27,3% para 21,8%). A maioria desses procedimentos é realizada no SUS, onde também houve queda. Em 1996, 70,9% dessas cirurgias eram realizadas na rede pública. Passados 10 anos, o percentual caiu para 63,6%.

GESTAÇÃO E PARTO:Um os grandes avanços evidenciados pela PDNS 2006 foi o acesso de mulheres que vivem no meio rural ao acompanhamento na gestação. Em 1996, 31,9% das mulheres grávidas não haviam sido submetidas à consulta pré-natal. Em 2006, esse número caiu para 3,6%. No meio urbano, a redução foi de 8,6% para 0,8% de mulheres sem consulta.

VIDA SEXUAL E FILHOS:Praticamente todas as mulheres brasileiras em idade fértil(99,9%), entrevistadas pela PNDS 2006, revelaram ter conhecimento de métodos anticoncepcionais. O percentual alcança 100% entre as mulheres sexualmente ativas, mas sem parceiros fixos. Em 10 anos, mais mulheres decidiram ter relações sexuais mais cedo. Em 1996, 11% das entrevistadas informaram ter tido a primeira relação aos 15 anos. Dez anos depois, esse índice subiu para 32,6% das mulheres.

Mais dados sobre os resultados da pesquisa podem ser obtidos no site da PNDS-2006:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/index.php