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20/04/2017 - 10:44

Potencialidade do lúdico como promoção de bem-estar psicológico de pacientes em hemodiálise

Artigo é resultado de projeto de extensão da Unifesp em hospital geral na Baixada Santista

Potencialidade do lúdico como promoção de bem-estar psicológico de pacientes em hemodiálise

Além de processo invasivo, exaustivo e desgastante, a hemodiálise também tem grande impacto sobre a saúde e na vida econômica e social do paciente, podendo gerar quadros de depressão e ansiedade. Pensando nesses efeitos, um grupo de pesquisadores paulistas publicou o artigo “Potencialidade do Lúdico como Promoção de Bem-Estar Psicológico de Pacientes em Hemodiálise” na edição 37.1 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão.

O trabalho, resultado de projeto de extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Baixada Santista, num hospital geral da região, foi escrito pelas doutoras em Psicologia pela Unifesp Karina Franco Zihlmann e Lara D’Avila Lourenço, pelas (os) estudantes Tailah Barros de Paula, Beatriz Maia Souza e Natan Medeiro e pelas psicólogas Flavia Gutierrez e Samira Mouhssen El Malt, do Hospital Santo Amaro, no Guarujá (SP).

O CFP divulga semanalmente, no portal institucional e nas redes sociais, um artigo da Revista Psicologia: Ciência e Profissão. A revista tem uma versão eletrônica na plataforma SciELO. É uma forma de a autarquia fortalecer a busca pelo conhecimento científico, divulgando-o para a categoria e para a sociedade.

De acordo com as (os) autoras (es), a pesquisa teve como objetivos propor atividades lúdicas e relaxantes durante as sessões de hemodiálise e investigar a opinião dos pacientes sobre o trabalho. Buscou, ainda, conhecer vivências e percepções quanto à doença e o tratamento. Trata-se de pesquisa qualitativa realizada em um hospital geral da região da Baixada Santista, no litoral sul de São Paulo, com grupos de pacientes durante as sessões de hemodiálise, na qual se realizaram atividades lúdicas, relaxamento e visualização, entrevista em profundidade e aplicação de escala Likert.

As entrevistas foram categorizadas pelo método de análise de conteúdo do tipo temática. Foram montados quatro grupos, envolvendo 13 participantes, com idades entre 20 e 70 anos, de ambos os sexos, com tempo de hemodiálise variável entre 30 dias e dois anos. A pesquisa concluiu que houve melhora relativa do humor e que as técnicas contribuíram para melhorar o enfrentamento da situação de imobilidade e ociosidade durante as sessões de hemodiálise, além de permitirem a expressão de necessidades subjetivas singulares.

Karina Franco Zihlmann, uma das autoras do artigo, em entrevista, contou mais  detalhes da pesquisa.

 

Qual a relevância do tema?

Consideramos importante a publicação desse trabalho para que a transmissão desse saber possa ser compartilhada com outros profissionais de saúde que desejem implementar atividades de prevenção e promoção em saúde no contexto hospitalar.

Quais os principais resultados da pesquisa?

Uma das características mais interessantes da pesquisa foi a forma como a investigação foi estruturada, na qual procurou-se, desde o princípio, garantir que os participantes tivessem a oportunidade de avaliar a situação antes e após as intervenções. Nesse sentido, buscou-se medir na avaliação dos participantes sua percepção dos benefícios que a intervenção trouxe para seu cotidiano durante o tratamento em hemodiálise. Cabe dizer que todos os participantes relacionaram pontos positivos para a intervenção, indicando que gostariam que o trabalho se tornasse contínuo no equipamento de saúde.

Como as atividades lúdicas e de relaxamento durante sessões de hemodiálise podem contribuir para melhoria nos pacientes?

Acreditamos que há, ainda hoje, a ideia errônea de que no contexto hospitalar não se praticam atividades de prevenção ou promoção em saúde. Em nosso ponto de vista, as atividades propostas têm potencial de permitir uma transformação do ambiente do tratamento, ampliando uma ação de cuidado que visa prevenção secundária de agravos, com possibilidade de afetar positivamente familiares e até mesmo a equipe de saúde, na medida em que os pacientes podem expressar suas vivências e emoções de forma lúdica e em contexto protegido.

Leia o artigo na íntegra.