Notícias

15/08/2016 - 11:18

Seminário buscou novas diretrizes para atuação da Psicologia Escolar

Segundo dia foi composto por rodas de conversa e síntese dos debates. Atividades poderão ser assistidas posteriormente no canal do CFP no YouTube

Seminário buscou novas diretrizes para atuação da Psicologia Escolar

Apesar de focarem em diferentes níveis e modalidades da educação, as sete rodas de conversa que aconteceram no segundo dia do 2º Seminário Nacional de Psicologia na Educação – “Psicologia Escolar: que fazer é esse?” trabalharam temas que perpassam toda a prática da (o) psicóloga (o) que atua nesse campo – seja na educação infantil, no ensino médio, fundamental, ou superior, na educação profissional ou na especial, indígena e étnico-racial.

A principal questão levantada no momento da síntese das discussões ocorridas nas rodas foi justamente a necessidade de pensar um outro “fazer” da Psicologia Escolar, diferente do tradicional, que geralmente se limita ao diagnóstico e à rotulação de estudantes – a exemplo dos considerados “problemáticos” ou com “mau desempenho” de aprendizagem – em detrimento de uma atuação da Psicologia no desenvolvimento das potencialidades dos alunos e na contribuição para uma educação emancipatória.

“Se nós aprendemos a fazer diagnóstico, é óbvio que nós vamos fazer diagnóstico. Se nós prendemos a trabalhar em função de rótulos de transtorno e de doença no modelo médico, é óbvio que nós vamos fazer isso”, constatou Raquel Guzzo, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), durante a conferência de  encerramento do evento, na tarde do sábado (13). “Mas precisamos superar esse paradigma. E no campo da educação nós precisamos vestir outra roupa, refletir a partir de outros modelos de atuação”, defendeu. Guzzo integra a Comissão de Psicologia na Educação (PsinaEd) do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

DSC_0332De acordo com ela, não existe fórmula ou receita para esse novo “fazer” da Psicologia, mas a professora apresentou algumas “direções para a mudança” durante o encerramento do evento. Algumas delas são: considerar determinantes sociais na compreensão das psicopatologias; analisar o impacto da estrutura social e seus efeitos psicológicos; enfrentamento dos processos de patologização, psicologização e medicalização dos problemas pessoais, coletivos e sociais; formação profissional com formação política; e presença crítica na formulação, no desenvolvimento e no acompanhamento das políticas públicas e na defesa dos direitos fundamentais.

As rodas de conversa foram compostas por profissionais da Psicologia que estão, na prática, em diferentes espaços da educação e por representantes de movimentos sociais. Na avaliação de Raquel Guzzo, foram espaços privilegiados e bem sucedidos de debate e “a síntese trará um quadro interessante de estruturação para a Psicologia nessa área”. A PsinaEd se comprometeu a fazer um documento com essa síntese.

O Seminário, iniciado na sexta (12), em Campinas (SP), contou com a participação de cerca de 200 estudantes, profissionais e pesquisadores. O evento foi organizado pela comissão do CFP, com apoio da PUC-Campinas.

Durante o primeiro dia, três grandes mesas-redondas refletiram sobre a inserção profissional das (os) psicólogas (os) no campo da Educação. A conferência de abertura ficou a cargo do professor Ivo Tonet, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Saiba como foi aqui.

As mesas e conferências de abertura e encerramento foram gravadas e estarão disponíveis posteriormente no canal do CFP no YouTube.