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programa.: Este curso se propõe a abordar um tema raramente examinado pela teoria psicanalítica: a questão dos limites do tratamento pela palavra. O que se pode esperar de uma talking cure realizada sob transferência? O que ela pode modificar? Em que momento esta alcança seus limites? Em que momento a clínica psicanalítica necessita ética e tecnicamente da interlocução e até mesmo do auxílio clínico de outras abordagens? Sob que bases precisariam se dar esses debates e interações teórico-clínicas de modo a se manterem compatíveis com a ética e com a clínica psicanalíticas? Práticas cotidianas como o cuidado clínico com sujeitos psicóticos, com dependentes de substâncias psicotrópicas, com crianças autistas, com portadores de transtornos afetivos graves, de sujeitos acometidos por lesões cerebrais importantes etc. impõe de antemão a radicalidade de tais questionamentos. Mas como situa-los, a partir de um ponto de vista teórico e ético consistente? Como pensar, para além das petições de princípio e de proposições genéricas vagas, o problema dos limites do poder da palavra em modificar o curso de uma condição psicopatológica? Desde a aurora de seu percurso intelectual, com a proposta da “Equação Etiológica” e das “Séries complementares” como formas de se conceber a constituição da psicopatologia, até seus últimos trabalhos, como notadamente é o caso de “Análise Terminável e Interminável” (1937), Freud aponta de forma explícita esse horizonte de problemas, que coloca em questão as relações da psicanálise com as neurociências, com a genética psiquiátrica, com a medicina, com a psiquiatria, com a psicofarmacologia e com as teorias e práticas não-psicanalíticas de cuidados com o sofrimento mental. Este curso tratará, portanto, frontalmente, desse duplo problema: os limites da psicanálise nos campos da psicopatologia e da clínica; as bases éticas e teóricas para o debate com outras disciplinas nesse campo. programa:. Onde a linguagem perde simbólico e não encontra saída, que não pela via paradoxal da literalidade do “eu estive lá”, como se daria a articulação com o traumático? É da ordem do involuntário, que alguém se torna (por designação) testemunha. De um trauma, crime, ultraje, horror, doença, dentre outros excessos que ultrapassam qualquer condição de explicação ou racionalização. Não raro, frente a tanto, o psicanalista é levado a escutar e escrever, distante das ficções e construções em análise, um material em estado bruto, literal. 1. O duplo efeito do traumático 2. A linguagem testemunhal 3. O capítulo 18 das Conferências Introdutórias 4. Exercício prático de escrita clínica 5. Leitura compartilhada programa:. As variações em relação a técnica freudiana são extremamente desejáveis e acompanham o desenvolvimento da metapsicologia psicanalítica. Entretanto, Ferenczi já nos alertava: “Os artifícios técnicos desse gênero são nocivos no começo de uma análise. O paciente já tem muito trabalho para habituar-se à regra fundamental; por isso, o médico permanecerá o mais possível reservado e passivo no início, a fim de não perturbar as tentativas espontâneas de transferência.” (Ferenczi, 1920). Balint falava da importância “(…) das interpretações clássicas, nos períodos entre regressões bem sucedidas.” (Balint, 1968). Winnicott ao analisar os aspectos clínicos e metapsicológicos da regressão afirma: “O psicanalista, acostumado com a técnica adequada ao tratamento da psiconeurose, é quem melhor poderá compreender a regressão e as implicações teóricas relativas à expectativa do paciente que precisa regredir.” (Winnicott, 1955). O que seria então a técnica clássica nunca totalmente dispensável numa psicanálise, por mais contemporânea que ela seja? Freud em “A Interpretação dos Sonhos” lançou as bases para que, através do manejo da associação livre, o conteúdo manifesto do sonho fosse decifrado com objetivo de acessar o conteúdo latente, ajudando o paciente a produzir o maior número de derivados do recalcado. Nesse texto Freud sistematiza o método que é o mesmo usado para compreender de forma análoga a relação entre: a transferência e a relação edípica com os objetos parentais originais, os sintomas e os conteúdos recalcados, os conflitos contemporâneos e o passado rememorado. Este seminário visa a compreensão apurada da técnica freudiana da interpretação dos sonhos como paradigma da técnica psicanalítica clássica e compará-la com modificações da técnica introduzidas por Ferenczi, Balint e Winnicott. Aulas 1 a 3: A técnica de interpretação dos sonhos em Freud Aulas 4 a 6: A técnica de interpretação dos sonhos como modelo de interpretação de outras formações do inconsciente Aulas 7 e 9: As modificações da técnica clássica Não são poucos, nem são simples os problemas com os quais se defronta o psicanalista hoje no âmbito de seu trabalho clínico. Dentre estes, encontra-se o desafio de ajudar pessoas que não padecem de psiconeurose, mas de outros tipos de psicopatologias, cujas organizações, dinâmicas e etiologias precisam ser melhor compreendidas. Além disso, é frequente tais análises trazerem consigo problemas técnicos e éticos, exigindo reflexões sobre o sentido da própria sanidade, tanto no plano individual, como no plano dos agrupamentos humanos e da cultura. Tendo em vista esta situação, estaremos às voltas, no seminário, com o precioso legado que nos deixou o pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott. Nosso propósito será explicitar, por meio do estudo detalhado de alguns de seus casos clínicos, o modo como ele pensava os distúrbios psíquicos e os elementos de sanidade, a técnica e a ética da psicanálise. programa:. 1. Winnicott: aspectos biográficos 2. Pressupostos teóricos e clínicos 3. Estudo de casos selecionados 4. Clínica psicanalítica contemporânea revisitada Sándor Ferenczi (1873-1933) foi um dos principais interlocutores de Freud no empreendimento psicanalítico. Sua inquietude e criatividade uniam-se à fidelidade à psicanálise de forma singular. Tal postura, por um lado, garantiu-lhe alguns dissabores durante a vida e relegou sua obra a uma sub-valorização (quando não à maldição) por um longo período. Por outro, tornou-lhe o protótipo do psicanalista pós-escolar: atento à tradição e, simultaneamente, insubmisso; conhecedor profundo da(s) teoria(s) psicanalítica(s) mas comprometido, primeiramente, com seus pacientes. Um apaixonado pela psicanálise que lutou bravamente por sua chama inventiva, combatendo posições que entendia encaminha-lo para a estagnação – quando não para algo pior. Nesse curso, pretendemos apresentar cronologicamente os principais pontos do pensamento psicanalítico de Ferenczi, enfatizando suas descobertas a partir da experiência clínica com seus pacientes. programa:. 1. Apresentando Ferenczi – origens, contexto e aproximação da psicanálise 2. A pedagogia e o sentido de realidade: as primeiras reflexões de Ferenczi sobre o relacionamento da criança com o mundo adulto e a formação do psiquismo infantil 3. Refletindo com Freud sobre a técnica psicanalítica: as contribuições ferenczianas sobre a transferência a contratransferência (e algumas considerações sobre a abstinência e a neutralidade) 4. Ampliando os limites da clínica psicanalítica – a técnica ativa: surgimento, aplicabilidade e contraindicações 5. A guerra, o nascimento e a evolução – as diversas vias de (re)inserção do trauma no pensamento ferencziano 6. Os hóspedes mal-acolhidos e a pulsionalidade mortífera (o trauma por desinvestimento ambiental) 7. A confusão de línguas, o desmentido e a identificação com o agressor (o trauma por investimento passional dos adultos) 8. Pressupostos finais da clínica ferencziana (I) o tato, a empatia e a simpatia na prática psicanalítica 9. Pressupostos finais da clínica ferencziana (II) o relaxamento, a regressão, neocatarse, a mutualidade e a sedução ética (a dimensão vitalizadora do trabalho analítico)