Para Semiramis Vedovatto, representante do CFP no Conselho Nacional de Saúde (CNS), a participação de profissionais da Psicologia nesse debate é fundamental
A representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Conselho Nacional de Saúde (CNS), Semiramis Maria Amorim Vedovatto, e por indicação do FENTAS (Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Saúde), acredita no protagonismo da Psicologia na construção na defesa e construção do Sistema Único de Saúde (SUS). A psicóloga assumiu a coordenação dos debates “Eixo V Gestão do SUS e modelos de atenção à saúde” durante a 15ª Conferência Nacional de Saúde (15ª CNS), além de participar de outras atividades e atos para discutir o sistema e em defesa do SUS.
De acordo com Vedovatto, “o espaço da conferência propicia a reflexão e a construção das diretrizes de saúde, propiciando o exercício do controle e da participação social. E as propostas apontarão os rumos a serem dados para os próximos anos”.
“Vivenciamos um momento histórico assemelhado à oitava conferência de saúde de 1988. Em especial, a décima quinta será um marco, pois conta com uma grande participação popular (cerca de cinco mil pessoas entre usuários, prestadores, gestores e trabalhadores) e o psicólogo, enquanto trabalhador de saúde, tem protagonismo importante na construção dessas políticas e na execução das mesmas, seja na rede de atenção psicossocial (saúde mental e álcool e outras drogas), seja na atenção básica ou na atenção de média e alta complexidade. E isso faz com que tenhamos que pensar na questão da valorização da categoria enquanto participante do SUS, das questões relacionadas à formação, carga horária, condições de trabalho e protagonismo ”, analisou Vedovatto.
No segundo dia da 15ª Conferência Nacional de Saúde, pela manhã, aconteceram a palestra de abertura “Reformas Democráticas e Defesa do SUS” e diálogos temáticos “Democracia, participação e comunicação para o SUS”, “Valorização do trabalho e formação no SUS”, “Direito à saúde: acesso com qualidade e equidade para cuidar bem das pessoas” e “Direito universal à saúde, financiamento e relação público/privado” e “Ciência, tecnologia e inovação no SUS” “Gestão do SUS e os modelos de atenção à Saúde”.
Vedovatto participou do diálogo “Direito à Saúde: Acesso com qualidade e equidade para cuidar bem das pessoas”. Também estiveram no debate a deputada Érika Kokay (PTD-DF), o conselheiro nacional de saúde, Carlos Ferrari, e o professor Emerson Merhy, da UFRJ.
Para Ferrari, que abordou a perspectiva do SUS, técnica e ética, “o direito do povo brasileiro deve ser exercido com equidade, citando como exemplo o acesso às tecnologias para população LGBT, povos indígenas, pessoas em condição de rua, entre outros”. Já a deputada Erika Kokay (PT-DF), que foi enfática ao defender e pedir apoio a pautas tramitando no Congresso, como as questões relacionadas à institucionalização da homofobia, disse existir uma “necessidade de se reconhecer as diversidades, o sujeito individual e coletivo e respeitar as diferentes culturas e expressões religiosas”. Já o professor Emerson disse que o maior bem é a luta pelo SUS com o direito à vida e ao cuidado.
Vedovatto também participou da reunião da Frente Nacional contra a Privatização do SUS [http://www.contraprivatizacao.com.br/2015/11/1014.html], que defende um sistema de saúde de caráter público, 100% estatal e de qualidade.
Os grupos de trabalho aconteceram no segundo e terceiro dia de trabalho. Durante o evento, o CFP contou com distribuição de materiais e publicações aos participantes da conferência. Nesta sexta-feira (4), acontece a plenária final com aprovação das propostas e sua consolidação para todo o país.