Neste 4 de fevereiro completam-se quatro anos do assassinato sem respostas do psicólogo Marcus Vinícius de Oliveira Silva, conhecido como Marcus Matraga. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) aproveita o dia, que já faz parte do calendário de datas da Autarquia, para pedir justiça e relembrar a trajetória deste grande entusiasta da luta antimanicomial e dos direitos humanos.
Marcus foi assassinado no povoado de Pirajuía, município de Jaguaripe, no Recôncavo baiano, enquanto atuava ao lado das populações ribeirinhas para preservação ambiental da área.
Matraga foi fundamental para que a Psicologia brasileira assumisse a agenda de compromisso social e para que os direitos humanos se tornassem princípios basilares da atuação das(os) psicólogas(os).
Graduado em Psicologia pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (1982), Marcus Vinícius era professor adjunto aposentado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Defensor incansável dos direitos humanos, Marcus foi militante da Reforma Psiquiátrica e da Saúde Mental no Brasil. Interessava-se ainda pela Clínica das Psicoses e pelo estudo das desigualdades sociais e subjetividade.
Integrou o Conselho Federal de Psicologia, em 1988 – 1989, 1992 – 1995, 1997 – 1998, 1998-2001 e 2004 – 2007. Também esteve em gestões dos Conselhos Regionais de Minas Gerais (04) e da Bahia (03).
Foi coordenador do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) do CFP entre os anos de 2004 e 2007. No Conselho Nacional de Saúde (CNS) participou da Comissão Nacional de Saúde Mental, como representante do Fórum Nacional de Trabalhadores de Saúde (FENTAS). Foi, ainda, integrante da Comissão Nacional de Reforma Psiquiátrica de 1994 a 1997.
Justiça para Matraga
As circunstâncias de sua morte não foram desvendadas até hoje. A motivação do crime teria sido a luta do psicólogo em defesa das populações mais vulneráveis em sua comunidade. Marcus era uma liderança em defesa da preservação do mangue, de onde boa parte das(os) moradoras(es) da comunidade retira o sustento familiar.
O CFP cobra justiça para o caso. Sua luta não foi em vão.
Marcus Vinícius, presente!