Todas as profissões de ajuda pedem um trato ético especial. Nelas o profundo senso de responsabilidade e respeito do profissional, aliados à um modo de atenção sutil e cuidadosa durante o atendimento, fazem toda a diferença. Em geral, clientes-pacientes que buscam apoio ou socorro encontram-se em meio a graus variados de sofrimento físico e psíquico e em decorrência disso em inevitável estado de fragilidade moral. A situação de exposição a que estará sujeita uma pessoa que busca ajuda, vendo seu mundo interno, desejos, medos e intimidades acessadas por alguém mais, torna extremamente delicado o foco da intervenção, exigindo cuidados especiais por parte do terapeuta-conselheiro. Este por sua vez, embora protegido pelos protocolos do atendimento, não está livre de se ver, também ele, repentinamente mergulhado em estados de fragilidade moral. É nas relações de ajuda que todos temos que nos haver com as mais profundas raízes do que significa ser humano. Observar o que está previsto nos códigos de conduta profissional é muito importante, mas pode não ser suficiente. Neste curso vamos examinar, refletir e aprender juntos, sobre a importância ética dos encontros de ajuda: a que desafios e dilemas podem estar sujeitos os profissionais e, por decorrência, também os clientes-pacientes? Quando cabe ao profissional se tornar um agente ético na situação de ajuda? Até que ponto acolher a fragilidade moral dos envolvidos? Qual a importância de se identificar e articular os limites do que se quer, se deve e se pode nesse tipo de relação? Como lidar com situações que desafiam até mesmo os códigos de conduta profissional? Como lidar com ameaças de ruptura da integridade ou privacidade da relação? Como atuar frente a queixas de negligência, consentimentos indevidos ou mal interpretados? Como desenvolver estratégias de autocuidado para os envolvidos na relação?