A pedofilia tem sido considerada, pelos discursos sociais, como a ‘mais abjeta’ entre as perversões, uma vez que desde a década de noventa foram desencadeadas nacional e internacionalmente operações policiais que se caracterizam como uma caça aos pedófilos. Recentemente, certo jornalista francês caracterizou esse fenômeno como ‘paranoia em torno da pedofilia’. No discurso médico, a pedofilia é uma patologia e refere-se ao fato de um adulto tomar crianças como objeto sexual. Será a pedofilia um pecado, um crime, uma doença? Entre as ‘aberrações sexuais’, Freud listou a de tomar ‘pessoas sexualmente imaturas como objetos sexuais’. Afirmou que não se trata de loucura, uma vez que é muito frequente se encontrar ‘o abuso sexual contra as crianças entre os professores e as pessoas que cuidam de crianças, simplesmente porque a eles se oferece a melhor oportunidade para isso’. Será a pedofilia uma aberração, uma loucura? O que dizemos ao afirmar que a pedofilia é uma perversão? Convidamos a virem debater conosco esse instigante tema, a partir do discurso da psicanálise. Apresenta: Claudemir Flores. Coordenam: Carlos Augusto Remor e Ana Virginia Rizzi.