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31/10/2024 - 19:24

CDH/CFP destaca que elucidação do crime que vitimou Marielle Franco é “etapa necessária para avançar a democracia no Brasil”

Para a Comissão de Direitos Humanos do CFP, a Psicologia brasileira deve se mover rumo à construção de práticas antirracistas e feministas, alinhadas ao compromisso ético e político da profissão

CDH/CFP destaca que  elucidação do crime que vitimou Marielle Franco é “etapa necessária para avançar a democracia no Brasil”

Teve início na quarta-feira (30) o julgamento dos réus confessos pelo duplo homicídio que, há mais de seis anos, vitimou no Rio de Janeiro a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes – um crime com graves dimensões sociais e políticas e que mobilizou a sociedade.

A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) destaca que os impactos subjetivos e emocionais do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes atingiram não apenas os familiares das vítimas, mas também todo o conjunto da sociedade. “A elucidação desse crime hediondo é uma etapa necessária para avançar a democracia no Brasil”, defende a Comissão.

Saiba mais:

Nota da Comissão de Direitos Humanos do CFP sobre o júri popular do caso Marielle e Anderson

A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) expressa sua solidariedade às famílias de Marielle Franco e Anderson Gomes, bem como à Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado acontecido em março de 2018, no Rio de Janeiro-RJ. No esteio do julgamento dos envolvidos neste crime, a CDH CFP reconhece os impactos subjetivos e emocionais especialmente vividos pelos familiares das vítimas, mas também pela sociedade brasileira e internacional.

A tentativa de calar a voz de Marielle teve, como consequência em contradição, a reverberação de novas vozes-sementes de mulheres negras, LBTI e periféricas. Essas vozes também ressoam na Psicologia brasileira e nos movem à construção de práticas antirracistas e feministas, alinhadas ao compromisso ético e político da profissão.

Ao reconhecer a dimensão racista, lesbofóbica e misógina do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, renovamos o compromisso com o enfrentamento ao feminicídio, ao genocídio da população negra e à violência política de gênero no Brasil. É inaceitável que defensoras e defensores de Direitos Humanos – corpos-territórios em luta por emancipação e liberdade coletiva – sigam sendo tombados.

O Conselho Federal de Psicologia acompanha atentamente o julgamento dos acusados pelo assassinato de Marielle e Anderson e entende que a elucidação desse crime hediondo é uma etapa necessária para avançar a democracia no Brasil.

Neste momento tão significativo, renovamos nossa solidariedade e compromisso com a memória de Marielle e Anderson, confiantes de que o seu legado de Defensora de Direitos Humanos e pela justiça social permanece vivo e potente em cada movimento de resistência e transformação social.

Brasília, 31 de outubro de 2024.

Campanha “Descolonizar corpos-territórios: reconstruindo existências-Brasis
Comissão de Direitos Humanos – Conselho Federal de Psicologia