O Conselho Federal de Psicologia (CFP) marcou presença na 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CONADIPI), realizada em Brasília/DF entre os dias 16 e 19 de dezembro. Sob o tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: urgência por equidade, direitos e participação”, o evento reuniu gestoras(es), especialistas e representantes da sociedade civil para pactuar políticas públicas que reflitam a realidade das(os) mais de 32 milhões de brasileiras(os) com 60 anos ou mais.
Representado pela presidenta, Alessandra Almeida, e pelas representantes do CFP no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI), conselheira federal Rosana Éleres (titular) e Joana Veras (suplente), a Autarquia atuou nos Grupos de Trabalho (GTs) trazendo as contribuições da Psicologia brasileira para a garantia do direito à saúde mental da pessoa idosa de forma técnica, humanizada e interseccional. Rosana Éleres e Joana Veras participaram como delegadas natas da CONADIPI.
“Nós tivemos a oportunidade, nesses três dias, de incidir de forma muito profícua na construção de uma política contundente para a promoção da saúde e de direitos das pessoas idosas no Brasil, respeitando a multiplicidade de velhices”, pontuou Alessandra Almeida.
A participação da Psicologia concentrou-se em eixos de atuação da categoria, contribuindo para que o cuidado psicossocial com a população idosa fosse incluído no documento final da Conferência.
Cuidado Integral e hipervulnerabilidades
O CFP defendeu a atuação de psicólogas e psicólogos em Centros de Referência Interseccionais, com foco no atendimento especializado para populações LGBTQIA+ e pessoas com deficiência. A Psicologia também foi apontada como profissão-chave em centros-dia e Instituições de Longa Permanência (ILPIs), atuando no diagnóstico de síndromes demenciais, reabilitação cognitiva e no suporte imprescindível às famílias cuidadoras.
Enfrentamento à violência e ao etarismo
A Psicologia posicionou-se na linha de frente contra o abandono e o abuso que afetam a população idosa. As propostas aprovadas reforçam a necessidade de escuta qualificada e sigilosa para vítimas de violência, evitando a revitimização institucional. Além disso, o Conselho assumiu o compromisso transversal de combater o etarismo, que compromete o protagonismo e a saúde mental da pessoa idosa.
“A contribuição da Psicologia na Conferência foi auxiliar na construção de políticas públicas para a pessoa idosa, e isso se deu muito a partir das discussões da categoria que culminaram na publicação das Referências Técnicas para atuação junto às pessoas idosas nas políticas públicas”, pontuou a conselheira federal e delegada na CONADIPI, Rosana Éleres.
Orientações para a categoria
Em novembro, durante a programação oficial do 7º Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão (CBP), o CFP realizou o lançamento das “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) junto a Pessoas Idosas nas Políticas Públicas”.
O documento, produzido no âmbito do CREPOP (Centro de Referência em Psicologia e Políticas Públicas), serve como guia orientador para que profissionais de todo o país possam oferecer um atendimento qualificado, humanizado e pautado em práticas exitosas.
A publicação é considerada um marco no reconhecimento do trabalho desenvolvido com pessoas idosas, ao destacar a importância do aprimoramento contínuo do conhecimento, da qualificação das práticas, da conscientização social e da efetivação de direitos.