O Conselho Federal de Psicologia (CFP) acaba de lançar um protocolo com diretrizes para a atuação do Sistema Conselhos na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres.
O documento tem como objetivo formalizar, articular e fortalecer as ações dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), como forma de garantir intervenções éticas, eficazes e humanizadas em cenários de crise. O protocolo aborda desde a prevenção e preparação até a resposta, recuperação e avaliação institucional, com foco no cuidado psicossocial, na proteção de populações vulneráveis e no respeito aos direitos humanos.
A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, explica que o material surge como uma resposta à necessidade de organizar, formalizar e fortalecer as ações dos CRPs frente aos desafios impostos pelos cenários de desastres, emergências e contextos de risco.
“As situações extremas criam condições que afetam não apenas a saúde mental e os aspectos psicossociais das pessoas, mas também interferem diretamente nas relações e nas redes sociotécnicas. Este documento é um guia essencial para a construção de respostas resilientes e humanizadas, promovendo o bem-estar social e a justiça em momentos de crise”, destaca.
O protocolo é adaptável aos contextos regionais, mantendo unidade conceitual e alinhamento sistêmico. Busca ainda promover respostas resilientes, éticas e humanizadas em situações de crise.
O lançamento oficial do guia aconteceu durante o evento “COP 30: Psicologias para Adiar o Fim do Mundo”, encontro híbrido realizado em parceria com o CRP-10 (PA/AP), CRP-20 (AM/RR), CRP-24 (AC/RO) e o Conselho Federal de Psicologia e que reuniu profissionais, estudantes e lideranças para dialogar sobre o papel da Psicologia frente à crise climática e ao racismo ambiental na Amazônia.
Diante das enchentes que afetaram o estado do Paraná em novembro, o protocolo também foi encaminhado, à época, ao CRP-PR.
Principais pontos abordados
- Abrangência: o protocolo cobre todas as etapas: prevenção, preparação, resposta, recuperação e avaliação institucional.
- Foco: cuidado psicossocial, proteção de populações vulneráveis e respeito aos direitos humanos.
- Diretrizes: compromisso ético-político, prioridade ao cuidado psicossocial, respeito à diversidade e inclusão.
- Respostas: centralidade na proteção integral do indivíduo e redes; interdisciplinaridade, trabalho em redes; evidências científicas e práticas contextualizadas; estratégias de prevenção e reconstrução; qualificação profissional contínua; e integração com políticas públicas (SUS e SUAS).
- Governança e Articulação Institucional: coordenação entre Conselhos; resposta rápida e flexível; e fluxo de ações.
- Prevenção e preparação: fortalecimento da resiliência comunitária e profissional; mapeamento integrado e mobilização local; capacitação; articulação institucional e formalização de estruturas; e produção e divulgação de materiais técnicos.
- Resposta: intervenção de emergência; articulação institucional e mobilização profissional; apoio técnico-operativo e logística informativa; e monitoramento da situação em tempo real.
- Recuperação e reconstrução: consolidação da resiliência comunitária e social; transição para apoio continuado (“Building Back Better”); fortalecimento institucional e aprendizagem organizacional; acompanhamento e apoio pós-evento; e integração com avaliação futura.
- Avaliação institucional: fundamentos e referenciais de acompanhamento; definição de indicadores e Meios de Verificação (MoV); procedimentos de coleta, análise e disseminação; a aprendizagem institucional e revisão de protocolos.