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02/10/2015 - 10:05

Seminário do CFP avaliou a condição da pessoa idosa no Brasil

Seminário online foi realizado em comemoração ao Dia Internacional do Idoso e os 12 anos de sanção do Estatuto do Idoso no Brasil e já está disponível em vídeo

Seminário do CFP avaliou a condição da pessoa idosa no Brasil

Em 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em população idosa: teremos cerca de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Para discutir as questões ligadas a esta parcela da população, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu, nesta quinta (1º), Dia Internacional do Idoso, um seminário online.

Maria Luisa Teixeira, assistente social e integrante do Conselho Nacional da Pessoa Idosa (GO), fez um balanço das políticas relativas à população idosa e apontou os principais problemas relatados nos espaços de escuta e acolhimento. Para ela, os idosos foram a última parcela da população a ser beneficiada por legislações. “As leis são muitas, mas infelizmente não são cumpridas. Se fizermos um levantamento de leis que beneficiam o idoso, parece que está tudo bem. Mas falta vontade de autoridades, pessoas e entidades de transformar a letra da lei em efetividade. Há um número grande de idosos sem assistência nenhuma”, aponta.

Entre as várias formas de violência sofrida pelos idosos, Teixeira destaca a questão financeira. “Vemos muitos familiares abusando do seu idoso que tem aposentadoria. Recebemos inúmeras denúncias no Conselho. Também é muito recorrente o empréstimo por parte de instituições financeiras; o idoso não faz mais a conta que jovem faz. Quando ele percebe, está com o minguado salário comprometido em empréstimos”, relata.

Jurilza Maria Barros de Mendonça, representante da Secretaria de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência, apresentou conquistas e desafios atuais no âmbito das políticas públicas para os idosos. Em sua opinião, o Estatuto do Idoso – sancionado há 12 anos e destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos – é uma conquista importante, porque instaura uma série de garantias não previstas em legislações anteriores, como o mecanismo que provê punição a quem maltrate idosos e o passe interestadual para idosos.

Ela avalia, ainda, que é preciso fazer avançar o conhecimento que os idosos têm sobre seus direitos. “Tem de participar dos conselhos de assistência social, de saúde, das comissões estaduais de trabalho, onde são direcionadas as políticas. Precisamos assegurar recursos para poder implementar as políticas que já temos”, comenta.  Mendonça também comemorou a recente assinatura, por parte do Brasil, de uma convenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) para Promoção dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, documento juridicamente vinculante que assegura mecanismos para exigir do Estado a efetivação das políticas.

Wadson Arantes Gama, presidente do Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região (CRP-09 Goiás) e representante do CFP na atividade, destacou a relevância do debate do ponto de vista do trabalho do(a) psicólogo (a). “Hoje, o acolhimento aos idosos é feito em vários espaços da Psicologia, como os CRAS, CREAs e na prática clínica. Existem várias técnicas de grupo para que esses sujeitos entrem em contato com o que está doendo. É possível utilizar várias ferramentas, como o teatro, por exemplo. Precisamos refletir cada vez mais sobre a importância do nosso trabalho com estas pessoas”, finalizou.

O debate pode ser assistido na íntegra no link  https://www.youtube.com/watch?v=9sxlq6RlrUw