O Encontro Nacional do Ano da Formação em Psicologia, ocorrido nesse sábado (5), reuniu formadoras e formadores, psicólogas e psicólogos, trabalhadoras e trabalhadores e estudantes da Psicologia para discutir as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Psicologia. A etapa nacional ocorreu após 118 reuniões preparatórias e cinco encontros regionais.
Trinta e três propostas foram aprovadas. A partir delas, vai ser redigida uma minuta que será submetida à consulta nacional, por meio dos canais das entidades nacionais coordenadoras do processo de discussão – o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi).
O Presidente do CFP, Rogério Giannini, chamou a atenção para a profunda crise das instituições no Brasil e destacou a importância da psicologia na defesa da democracia “sem democracia não há politicas públicas”, concluiu.
A representante da Abep, a professora Ângela Soligo, afirmou estarmos vivendo ataques à educação em todos os níveis, inclusive à superior. “É nossa tarefa e dever resistir e fazer o contraponto.” Para ela, no caso da formação em Psicologia, é dever da categoria dizer qual a Psicologia que eles querem construir. “Cabe a nós defendermos uma formação de qualidade, eticamente orientada, comprometida com a realidade social, com os direitos humanos e com a diferença, nas suas múltiplas possibilidades.”
Além disso, Soligo reforçou a ideia de que é muito importante entender que o processo de revisão das diretrizes é uma proposta de avanço e aperfeiçoamento do que já existe. “Nós produzimos avanços nas diretrizes de 2004 e de 2011. Então, esse é um movimento de construção e isso precisa ser entendido e valorizado”.
Já Fernanda Magano, da Fenapsi, lembrou que todo o esforço de aprimoramento das diretrizes foi feito sob a orientação do Conselho Nacional de Saúde (CNS), de rever as diretrizes curriculares de todos os cursos da Saúde regulamentadas – são 14 profissões, conforme resolução do CNS, de 1998. Também salientou a importância de cada um dos atores presentes no aperfeiçoamento do debate das políticas públicas, nos avanços do campo de inserção dos psicólogos e na perspectiva da formação. “Foi um grande desafio cumprir as tarefas desse ano da formação num prazo tão pequeno.”
Dinâmica – Dispostos em sete grupos de trabalho, os participantes da etapa nacional discutiram os temas “perfil do egresso”, “licenciatura”, “concepção geral da formação”, “estágios”, “pesquisa”, “extensão”, “metodologia de ensino e sistema de avaliação”. Agora, a comissão organizadora do Ano da Formação vai elaborar uma minuta técnica com todas as propostas aprovadas no encontro nacional. A minuta seguirá para consulta pública e, depois, será apresentada no CNE.