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28/06/2018 - 12:38

28 de junho – Dia Internacional do Orgulho LGBTI

Se a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão, por que se mata a cada 19 horas uma pessoa LGBTI no Brasil? Porque tanto ódio?

Iniciamos esse texto sobre o dia do Orgulho LGBTI com esta pergunta, mas poderíamos fazer varias outras, para evidenciar que a violência ainda faz parte do cotidiano de lésbicas. Gays, travestis, transexuais e intersexo, violência que era vivenciada no ano 1969 pelos frequentadores do Bar Stonewall Inn. No dia 28 de junho de 1969 em Nova York, a vergonha de ser homossexual se tornou orgulho e essa transformação ocorreu com requintes de união entre gays, lésbicas, travestis, transexuais e os artistas drags queens, esse movimento de resistência aos policiais que agrediam e humilhavam essas pessoas, deu início a uma onda de lutas pelos direitos destas pessoas.

Outro resultado importante dessa luta, foi a realização da primeira parada, nos Estados Unidos, as paradas do orgulho Gay (LGBT) de Nova York, Los Angeles, Chicago e São Francisco) acontecem desde 1970, a primeira edição no Brasil ocorre no dia 28 de junho de 1997, a Parada do Orgulho Gay reuniu cerca de 2 mil pessoas, com o tema “Somos muitos, estamos em várias profissões”.

Porém, é importante lembrar que, apesar de não ter o nome reconhecido como a primeira Parada do Orgulho Gay, no dia 25 de junho de 1995 , na cidade do Rio de Janeiro, foi realizado um ato público no formato de uma caminhada com a presença de ativistas, artistas, políticos e outras pessoas que se identificavam como LGBT ou mesmo os simpatizantes. Essa caminhada marcava o encerramento da 17ª Convenção Mundial da Associação Internacional de Gays e Lésbicas (Ilga, em inglês), realizada, pela primeira vez, no Cone Sul.

Em 1999, a ONG Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), organizadora do evento, alterou o nome para Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros). Nove anos mais tarde, em 2008, a ONG alterou novamente a sigla para LGBT, a fim de promover maior visibilidade às lésbicas no movimento e também de padronizar o nome do protesto com os de outros países, adotando o nome Parada do Orgulho LGBT. Importante ressaltar que atualmente contamos com a presença do I para dar visibilidade as pessoas Intersexo.

Acreditarmos que um país sem memória, é um país com maior facilidade de gerar estruturas de violação de direitos, trazemos um pequeno extrato da historia das paradas, poderíamos escrever muitas linhas com muitas cores, com muitos nomes, para representar a constante necessidade de atuação dos muitos movimentos que lutam em defesa dos direitos LGBTI, mas com certeza entre essas muitas linhas, encontraríamos uma psicóloga ou psicólogo desenhando novas linhas, redesenhando traços em defesa do direitos das pessoas LGBTI.

O Conselho Federal de Psicologia, dando continuidade a sua luta e o processo de despatologização das identidades Trans, lançou em 29 de janeiro deste ano a resolução 01/2018, que estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis, e que considera que as expressões e identidades de gênero como possibilidades da existência humana, as quais não devem ser compreendidas como psicopatologias, transtornos mentais, desvios e/ou inadequações.

Hoje, 28 de junho de 2018, celebramos muitas vitorias, consideramos importante reconhecer que essas vitorias são resultados de muitas lutas, que se realizam com muitas cores e com muitas parcerias. A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia vem reafirmar sua parceria, seu orgulho em permanecer em constante atuação na defesa dos direitos humanos de gays, lésbicas, travestis, transexuais e intersexo.

Comissão de Direitos Humanos do CFP