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08/01/2020 - 10:45

CFP denuncia violência contra povos indígenas

A Psicologia se posiciona contra os ataques ocorridos, no começo do ano, a comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul, ressaltando o compromisso da profissão com a garantia de direitos dessas populações

CFP denuncia violência contra povos indígenas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público denunciar a violência contra povos indígenas, cada vez mais frequentes em nosso país. Os mais recentes ataques ocorreram em Dourados e Rio Brilhante no Mato Grosso do Sul, nos primeiros dias do ano. Um conflito entre indígenas e seguranças de fazendeiros deixou três pessoas feridas a bala, com duas vítimas indígenas. A casa de Reza, local sagrado para a etnia Guarani Kaiowá, na comunidade Laranjeira Nhanderu, também foi incendiada e destruída na virada do ano.

Diante dos ataques aos povos indígenas e do acirramento da violência e intolerância contra essas populações no Brasil, o CFP ressalta o compromisso da Psicologia na garantia de direitos para a autonomia e preservação dos povos indígenas, para que tenham um plano de futuro a partir da sua própria visão de mundo e de sociedade.

A Psicologia tem como premissas o respeito à diversidade cultural, social e étnica para a construção de um ambiente de subjetividades livres e rica em diversidade. A exclusão, a marginalização e a violência contra os povos indígenas no Brasil não podem continuar a ser disseminadas. O respeito, o diálogo e o reconhecimento do valor dos povos indígenas são fundamentais para a sua preservação.

Outros ataques

O CFP está atento à causa e manifestou repúdio aos diversos ataques contra os direitos humanos das populações indígenas em 2019. Em julho, um incêndio destruiu a principal e mais antiga casa de reza dos Guarani Kaiowá, localizada na Aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS).

No mesmo mês, as Comissões de Direitos Humanos do CFP e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) exigiram justiça aos povos indígenas no Brasil, em especial no Amapá, após a invasão da Terra Indígena Waiãpi por um grupo de garimpeiros, o qual, fortemente armado, atacou esta etnia e invadiu o seu território, matando uma das lideranças indígenas do referido povo.