A Câmara Municipal de Salvador celebrou o aniversário de 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil com uma audiência pública realizada no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino, na capital baiana. Essa foi mais uma solenidade de comemoração nas casas legislativas do país para marcar o mês da Psicologia. O evento foi realizado por iniciativa das vereadoras Laina Crisóstomo – Pretas por Salvador (PSOL) e Maria Marighella (PT).
Na casa legislativa de Salvador, representantes da categoria, parlamentares e conselheiros destacaram as conquistas da Psicologia nas últimas seis décadas.
A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, destacou que a Psicologia adota uma perspectiva humanista de fazer sentido para a vida das pessoas. “Nós comemoramos o fato de que a Psicologia, com toda sua potência transformadora, necessariamente perpassa as pessoas e produz transformação e ressignificação da dor, do sofrimento, e produz mudança”, avaliou.
Ana Sandra afirmou que a Psicologia estará sempre atenta e vigilante para promover saúde e qualidade de vida às pessoas. “Esse é o maior legado que a Psicologia pode deixar para a sociedade, que reconhece essa ciência e profissão, e que tem a sua vida atravessada por esse conhecimento. Nós temos ciência dos compromissos que herdamos do passado e também dos compromissos que nos esperam”, pontuou.
Celebrações
A vereadora Laina Crisóstomo, do mandato coletivo Pretas por Salvador, afirmou estar honrada por presidir uma audiência “potente” que homenageou os 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil. “60 anos de luta, de avanços, da força desses profissionais que acolhem, escutam, curam”, celebrou.
A vereadora Maria Marighella destacou a importância de celebrar a história dos 60 anos. “A Psicologia é uma ciência e profissão comprometida com as lutas e as transformações sociais do país, guiada pelo compromisso de um fazer cientifico, ético e político”, afirmou.
A presidente do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03), Iara Maria Martins da Silva, destacou o reconhecimento da Psicologia como ciência baseada nos direitos humanos. “Antes vista para poucos, hoje, vista para todos”, afirmou.
O conselheiro da Comissão de Ética do CRP-03, Washington Luan, destacou que a Psicologia adotou os direitos humanos como o alicerce da prática. “A gente tem uma Psicologia que diz assim: no nosso fazer, direitos humanos, presente. Psicologia para todos e todas. Direitos humanos: da formação à atuação”, apontou.
Karine Gabrielle, psicóloga voluntária da ONG Tamo Juntas, que atua no enfrentamento da violência contra as mulheres, defendeu uma formação de psicólogas e psicólogos não somente para a atuação clínica. “A gente tem que criar também uma Psicologia Decolonial e pensar nessa estrutura de Psicologia que veio do eurocentrismo”, frisou.
Assim como no Ato Solene da ALBA, a diretora da Fenapsi, Iana Ferreira Aguiar, chamou a categoria para lutar pela dignidade no trabalho. “A gente vem aguerridamente lutando para que as profissionais da Psicologia sejam valorizadas”, apontou.
O pedagogo e delegado da Conferência Estadual de Saúde Mental, Gilmário Reis de Oliveira, disse se sentir muito feliz pelas contribuições dadas pela Psicologia em sua vida. “Eu também sou usuário do sistema, porque quem cuida também adoece”, testemunhou.
A audiência também reconheceu psicólogas e psicólogos pela atuação em diversas atividades desenvolvidas em Salvador e no estado baiano. Também foi prestado o reconhecimento em memória ao psicólogo Marcus Vinicius Matraga, defensor de direitos humanos, assassinado em 2016.