A psicóloga da Secretaria Nacional de Defesa Civil Daniela Cunha Lopes, destacou a necessidade de informação e prevenção para enfrentar desastres naturais no Encontro Nacional de Prefeitos, no dia 10 de março. “O maior risco que hoje existe nesse país é o risco de não perceber o risco”, afirmou.
Segundo dados do IBGE, em 2008 o Brasil tinha 5.565 municípios, dos quais 4.299 possuíam coordenadorias municipais da defesa civil (Comdec). “Mas a maioria só existe no papel, e só aparece quando o desastre acontece”, disse ela, ao defender que os órgãos da Defesa Civil façam mais ações de prevenção e informem a população.
Para a psicóloga, “não existe risco zero, o que podemos é construir uma convivência com o risco”, destacando que, para isso, é necessário dar acesso à informação.
Ela informou que a Defesa Civil oferece cursos para os municípios, e realiza fóruns nacionais com as prefeituras, para desenvolver a “construção da percepção de risco”. Nesse sentido, citou a importância da construção dos núcleos comunitários de defesa civil e do envolvimento da comunidade nas ações do órgão.
Luzia Coppi Mathias, prefeita de Camboriú (SC), município atingido pelas chuvas em Santa Catarina, afirmou que não estava preparada para lidar com a enchente que deixou desabrigada ou desalojada 10% da população da cidade.
A psicóloga disse que os danos de um desastre natural são maiores dependendo da vulnerabilidade da população “Eu proponho que a gente passe a pensar o desastre como resultado de um processo de exclusão social” afirmou. “Todo ano vai continuar morrendo [gente] se a gente continuar nesse processo de exclusão de políticas públicas”.
Segundo Lopes, a Política Nacional de Defesa Civil brasileira é de 1994 e por isso precisa ser repensada e valorizada, pois o Brasil é o único país da América Latina a possuir essa política.
Fonte: Agência Brasil