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13/05/2015 - 13:23

Abertura do 8º Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas lota auditório em Salvador

A abertura foi realizada pelas presidentes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Mariza Monteiro Borges, e da Comissão Organizadora do 9º Congresso Norte-Nordeste de Psicologia (Conpsi), Ilka Bichara.

Abertura do 8º Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas lota auditório em Salvador

VIII Seminário de Políticas Públicas

O 8º Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas teve início nesta quarta-feira (13), em Salvador (BA). A abertura foi realizada pelas presidentes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Mariza Monteiro Borges, e da Comissão Organizadora do 9º Congresso Norte-Nordeste de Psicologia (Conpsi), Ilka Bichara.

Após a abertura, a primeira mesa de debates foi sobre a “Participação da Psicologia na Saúde: Olhares e Fazeres da Psicologia no SUS – Sistema Único de Saúde”, com a presença do Prof. Dr Eduardo Mourão Vasconcelos (Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro), da ProfªDrª Simone Mainieri Paulon (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e de Luiz Carlos Bolzan (ex-secretário de Saúde de Novo Hamburgo). A mediação foi realizada pela Profª Drª Aparecida Rosângela Silveira.

Abertura

A presidente do CFP abriu oficialmente o evento destacando a variedade na temática das mesas, sublinhando o trabalho do psicólogo nas políticas públicas e a presença do público no seminário, que teve lotação máxima – cerca de 1,5 mil pessoas. Mariza citou ainda que o contexto do exercício profissional se dá com mais reflexão e nesses diferentes espaços de trabalho.

Já Ilka Bechara parabenizou o CFP pelo 8º Seminário, citando a tradição do evento em ser realizado em conjunto com o Congresso Norte-Nordeste de Psicologia (Conpsi), desde a segunda edição do Congresso. Ilka abordou ainda que, com o amadurecimento da democracia brasileira, passou-se a se discutir as políticas públicas, ressaltando as mudanças na própria profissão. “A Psicologia mudou muito e saiu dos consultórios. É importante a contribuição de materiais novos para oxigenar essas discussões das práticas profissionais”, disse.

Psicologia no SUS

Eduardo Mourão apresentou 18 teses sobre a Psicologia e as Políticas Públicas, abordando desde a conjuntura brasileira, a entrada da Psicologia nacional nesse campo e no SUS, bem como a situação da saúde pública do Brasil. Nesse último aspecto, ele fez observações sobre a terceirização, mobilizações de movimentos sociais e  sobre o voluntarismo. “No campo da saúde mental, existem dois tipos principais de voluntarismo. O primeiro, terapêutico: estar atento e disponível para o desconhecido, para a produção subjetiva. Já o político significa interpelar a implicação do profissional, sem avaliar o contexto da prática, seus limites”.

Mediadora da 1ª mesa, a profª Aparecida Silveira elogiou a mobilização dos debatedores em não recuar os aspectos do trabalho do psicólogo (a). Ela citou que a Psicologia se apresenta no SUS sob diferentes aspectos, destacando a importância de psicólogos na gestão do SUS. Mesmo reconhecendo o amplo campo de atuação, Aparecida teceu uma crítica aos aspectos de precarização e incipiente política de participação social da profissão nas políticas de saúde.

Por sua vez, Simone Mainieri apontou que o SUS e SUAS são os maiores empregadores de psicólogos, por isso a importância da participação da categoria na formulação das políticas públicas. Ela ainda criticou a separação envolvendo público e privado, o que, segundo ela, favoreceu a individualização das subjetividades, ignorando os processos. “Pensar saúde coletiva no Brasil é pensar também o processo que ampliou o valor de uso dos brasileiros sobre a saúde pública. O que já sabemos, mas é preciso saber como fazer, pensar o que temos produzido no exercício da profissão? Constituição de redes, ampliação de diálogos produz transversalidade nas relações”, reforçou.

Concluindo a primeira mesa de trabalhos do dia, Luiz Carlos Bolzan classificou o SUS como “política de distribuição de renda”. “Não temos a compreensão do que ele faz. O SUS é o maior empregador para a saúde pública no País. Há trabalhadores de nível médio bem como mestrado e doutorado. Pensem apenas em um programa, como Saúde da Família, que tem 400 a 500 mil pessoas empregadas. Tem princípio da descentralização. Ainda é garantidor da esfera federal para todos”, enfatizou.

Ainda sobre o SUS, Bolzan disse que a descentralização do programa com a distribuição de recursos garante toda a engrenagem da economia local. Ele ainda destacou que o SUS é pródigo em políticas onde o psicólogo pode atuar. “Consultórios de rua, Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), centros de reabilitação, rede cegonha começam a ser paulatinamente absorvidos”, disse.

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Assista ao vídeo com a íntegra da abertura e da primeira mesa: