A vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes foram friamente executados na noite do dia 14 de março. Oito dias depois, uma jovem foi agredida com socos e chutes na frente do seu filho de 10 anos na cidade de Cruz Alta (RS). O dia 26 amanheceu com a notícia do assassinato de cinco jovens negros, militantes do PCdoB, na cidade de Maricá (RJ). E no dia 27, tiros foram desferidos contra ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no estado do Paraná.
O que há em comum entre esses casos? Passamos da intolerância às diferenças e do ódio nas redes sociais para a barbárie. O senso comum que convivia, naturalizava e estimulava o ódio agora passa a aceitar, defender e estimular a barbárie. O Estado de Direito, a democracia e o respeito aos Direitos Humanos parecem conceitos ultrapassados e longínquos.
Soma-se a isso os retrocessos nos direitos civis, na legislação sobre uso de drogas lícitas ou ilícitas, na criminalização do aborto, no extermínio de jovens negros moradores das periferias, as balas perdidas, o assassinato de LGBTs, de defensores de Direitos Humanos e a ocupação do exército no estado do Rio Janeiro. Tudo isso nos diz de uma situação que saiu do controle, do convívio social, das regras, das leis, da civilidade.
A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP), chama as psicólogas e os psicólogos, assim como toda a sociedade, para a reflexão a respeito da crise ética e civilizatória enfrentada pelo Brasil.
É preciso resistir e dizer um basta!
Nenhum Direitos a Menos!
Comissão de Direitos Humanos do CFP