Na quinta-feira (24), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) consolidou propostas da Psicologia brasileira para a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), que será realizada em maio deste ano, em Brasília (DF), com o tema “Emergência Climática: o desafio da transformação ecológica”.
O documento foi elaborado durante a Conferência Livre de Psicologia, Justiça Ambiental e Meio Ambiente (assista aqui e aqui) que reuniu centenas de profissionais da Psicologia de todo o país.
O diálogo resultou em duas propostas para cada um dos cinco eixos temáticos a serem debatidas durante a 5ª CNMA e também na eleição de Alessandra Almeida – vice-presidenta do CFP e coordenadora dos grupos de trabalho Psicologia Ambiental e de Riscos e Emergências e Desastres – como delegada na Conferência Nacional.
O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, destacou a importância de a Psicologia referendar a 5ª CNMA e produzir narrativas de enfrentamento aos discursos negacionistas sobre emergências ambientais e do clima. “Nós, profissionais da Psicologia, também construímos saúde mental na articulação com as discussões sobre o enfrentamento à crise climática”, ressaltou.
A Conferência Livre de Psicologia, Justiça Ambiental e Meio Ambiente foi acompanhada por 1.130 perfis, recebeu 869 inscrições e registrou nominalmente a participação de 240 pessoas, sendo 94% de representantes da sociedade civil (profissionais da Psicologia, estudantes, povos e comunidades tradicionais) e 6% de atores governamentais.
Além do presidente e da vice-presidente do CFP, contribuíram com os diálogos as conselheiras federais Nita Tuxá e Fabiane Fonseca, e as(os) profissionais da Psicologia e pesquisadoras(es) Adria Lima e Thiago Siqueira.
Propostas da Psicologia
Os cinco eixos temáticos que têm norteado as atividades municipais, estaduais, distrital e livres, preparatórias à 5ª CNMA, versam sobre mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica, governança e educação ambiental.
As propostas do Conselho Federal de Psicologia relacionadas ao eixo Mitigação, incluem desenvolver estratégias nas Redes de Atenção à Saúde que integrem saúde mental e sustentabilidade, dialogando com saberes tradicionais e promovendo práticas sustentáveis como formas de autocuidado e cuidado ambiental. Também busca reorientar sentimentos individuais de impotência e ansiedade climática em ações coletivas que reforcem a promoção da saúde mental e o enfrentamento da crise climática e do racismo ambiental.
No eixo Adaptação e Preparação para Desastres, o CFP destaca a valorização da Psicologia na Gestão de Riscos, Emergências e Desastres, ampliando a atuação intersetorial nas políticas públicas e promovendo resiliência comunitária e suporte emocional no contexto de desastres socioambientais.
As propostas da autarquia sobre Justiça Climática incluem elaborar políticas públicas que reconheçam a ligação entre proteção ambiental e bem-estar psicossocial, além de dialogar com saberes de diversas comunidades afetadas pelo modelo de desenvolvimento capitalista.
No eixo Transformação Ecológica, o Conselho destaca a expansão da atuação de psicólogas e psicólogos em políticas públicas voltadas à agroecologia e soberania alimentar, e a incorporação da Psicologia da Mobilidade Humana nas políticas de descarbonização.
Já no eixo Governança e Educação Ambiental, o CFP propõe investimentos em políticas ambientais e a presença ampliada de profissionais da Psicologia em contextos de emergências e crises, promovendo diálogo com autoridades e formação continuada.
Leia a íntegra do texto contendo as propostas.