No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizará um debate sobre o direito ao aborto. Profissionais da Psicologia e da Medicina abordarão, em conversa online, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, as políticas públicas e o papel da Psicologia em relação ao tema.
Serão discutidos, dentre outros, o posicionamento dos (as) psicólogos (as) nos atendimentos legais de aborto no sistema de saúde, assim como seu posicionamento frente ao tema da interrupção voluntária da gravidez. Ainda, os convidados abordarão os significados para as mulheres que têm que dar prosseguimento a gravidezes indesejadas.
O direito ao aborto e a epidemia do Zika Vírus também será alvo de debate – no início de fevereiro a Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu o direito ao aborto em países atingidos pela doença. “O momento reabre a necessidade de se pensar o direito das mulheres em decidirem se querem ou não prosseguir com a gestação”, explica a organizadora da mesa, Valeska Zanello, professora adjunta do Departamento de Psicologia Clínica (PCL) do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília.
Participarão da mesa redonda o professor doutor Thomaz Gollop (Médico, coordenador do GEA – Grupo de Estudos do Aborto); Daniela Pedroso (psicóloga do Hospital Pérola Byington) e Vanessa Canabarro Dias (doutoranda, da ANIS). A mediação será realizada por Zanello.
As mulheres abortam
Em 2014 foram realizados cerca de 850 mil abortos no Brasil. Destes, apenas 1.5 mil foram casos de abortos legais – por ameaças à saúde materna, anencefalia fetal e estupro (dados do Ministério da Saúde). Cerca de 25% do total de abortos realizados apresentaram alguma complicação e foram atendidos no Sistema Único de Saúde. No Brasil, o aborto é o quinto maior causador da mortalidade materna, e, no mundo, 47 mil mulheres morrem em decorrência de abortos sem segurança (ONU).
Esta realidade demonstra que, mesmo criminalizado, as mulheres continuam abortando – com ou sem o aval e o apoio de políticas públicas do Estado. “Muitas morrem. As que morrem, em geral, são marcadas pela vulnerabilidade social: são as mulheres negras e pobres. A criminalização do aborto é uma política pública ineficaz, pois não impede que as mulheres abortem, pelo contrário, as estimula a abortarem clandestinamente e, muitas vezes, colocando em risco sua própria vida”, comenta Zanello.
Baseado na defesa intransigente dos direitos das mulheres, no código de ética da profissão e nas decisões tomadas pela categoria no VIII Congresso Nacional de Psicologia (CNP), o CFP é favorável à descriminalização e a liberação do aborto em gestações de até 12 semanas. Conheça o texto do posicionamento da autarquia.
Participe e venha conversar conosco: o Bate-Papo Online será transmitido ao vivo no link https://www.youtube.com/watch?v=_FPEE05en3U. Suas perguntas podem ser enviadas para o e-mail eventos@cfp.org.br, ou via redes sociais, por meio da hashtag #papopsi
A rádio online da Psicologia divulgará também no dia 8 reportagens especiais sobre o Dia Internacional da Mulher. Acompanhe na programação do CFP News.
Debate online “Aborto: direitos, políticas para mulheres e o papel da Psicologia”
Dia 08, das 17h às 19h
Transmitido ao vivo no link https://www.youtube.com/watch?v=_FPEE05en3U