O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, em 18 de novembro, do evento “COP30: Psicologias para Adiar o Fim do Mundo”. Promovida pelo Conselho Regional de Psicologia da 10ª Região (CRP PA/AP), a iniciativa buscou fortalecer a integração da Psicologia na Região Norte e debater os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
A atividade reuniu profissionais, estudantes e lideranças da categoria. Realizado em parceria com o CRP 20 (AM/RR) e o CRP 24 (AC/RO), o encontro reafirmou o compromisso institucional do Sistema Conselhos de Psicologia com a promoção dos direitos humanos e a proteção da vida em todas as suas dimensões, colocando em pauta o enfrentamento ao racismo ambiental que atravessa os territórios amazônicos.
A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou a importância do rigor técnico e ético na atuação profissional diante da crise climática. Ressaltou ainda que, em situações de emergências e desastres, é fundamental que as(os) psicólogas(os) sigam as diretrizes disponibilizadas pelo Conselho Federal de Psicologia acerca da temática, lembrando que a Autarquia oferece conteúdo sólido e consolidado de referências e notas técnicas para orientar a prática.
Alessandra Almeida também enfatizou a necessidade de transversalizar a questão ambiental em toda a ciência psicológica, superando a compreensão de que o tema seria apenas uma especialidade isolada. “Assim como a gente não pode mais conceber Psicologia sem o aspecto social, também não dá mais para pensar em algum tipo de ciência psicológica que não seja pensada a partir da Psicologia Ambiental, exatamente porque a categoria lida com subjetividades que acontecem a partir deste território”, pontuou a presidenta.
Ao longo do debate, foram discutidos os impactos subjetivos e coletivos gerados pelo agravamento das crises ambientais, destacando como as emoções, os vínculos sociais e os modos de vida são diretamente afetados.
O evento evidenciou que os efeitos dessa crise não são distribuídos de forma igualitária: povos indígenas, pessoas negras, populações ribeirinhas e comunidades tradicionais vivenciam essas consequências de maneira desproporcional, reflexo de desigualdades históricas e estruturais.
As discussões apontaram para a urgência de fortalecer práticas psicológicas descolonizadas e sensíveis às realidades territoriais, valorizando saberes ancestrais na construção de estratégias de cuidado, resistência e justiça climática.