A Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (Abep)tem nova diretoria, empossada no XI Encontro da entidade, realizado entre 7 e 9 de setembro, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No biênio 2017/2019, Ângela Fátima Soligo responderá pela presidência da entidade e Eliz Marine Wiggers, pela vice-presidência. João Eduardo Coin de Carvalho e SuennyFonsêca de Oliveira vão ocupar a secretaria e Fernanda de Lourdes Freitas e Sonia Maria Lemos, a tesouraria. Irani Tomiatto de Oliveira, Alayde Maria Pinto Digiovanni, Veronica Chaves Carrazone, Flávia Cristina Silveira Lemos, Monica Ramos Daltro e Celso Francisco Tondinvão responder pelas diretorias. Conheça os demais membros da comissão gestora da Abep.
A programação do encontro da Abep, cujo tema foi “O ensino e formação em Psicologia no século XXI: transformações e desafios”, foi abrangente e contou com debates sobre diretrizes e ênfases curriculares, licenciatura, estágios, metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem na formação em Psicologia. Laicidade e ética, processos avaliativos e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinae)também estiveram na pauta. Além disso, tratou de questões como a formação política em Psicologia e a inserção do trabalho da (o) psicóloga (o) nas políticas públicas, as novas demandas e a ampliação do campo da profissão e os direitos humanos no contexto da desigualdade e o direito à diferença.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi representado na posse pelos conselheiros Rogério Giannini (presidente), Ana Sandra Fernandes (vice-presidente), Norma Cosmo (tesoureira), Pedro Paulo Bicalho (secretário), Clarissa Guedes e Sandra Sposito (conselheiras).
Parceira
Para o presidente Rogério Giannini, a ABEP éentidade estratégica, pois discute o ensino de Psicologia no Brasil, debate que interfere e incide nas discussões de currículos e também sobre temas cruciais da educação. Segundo ele, dois importantes temas foram debatidos: a mercantilização do ensino e o debate sobre o ensino a distância.
Giannini aponta como preocupante que mais de 80% do ensino em Psicologia seja realizado por instituições privadas, e chama atenção para uma importante contradição: “ensino como direito que estrutura a cidadania ou ensino como mercadoria?” Ensino a distânciafoi outro tema muito debatido, sendo que a posição do CFP e também defendida pela ABEP é de que a graduação deve ser feita pela modalidade presencial.
O programa “Escola Sem Partido” também foi uma discussão apontada como relevante por Giannini. Para ele, a proposta apresenta uma escola partidarizada, que pensa um pedaço da sociedade e tenta até interditar o debate sobre questões fundamentais para a construção da própria cidadania. “A Escola Sem Partido é uma escola sem conceitos, sem pensamentos e sem valores ou melhor, uma escola com valores conservadores, com pré-conceitos e mera reprodução técnica no lugar do pensamento”.