A Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (Ccap) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e as editoras de materiais psicológicos reuniram-se, pela segunda vez nesta gestão, no dia 15 de julho, em Brasília, para discutir questões relacionadas ao uso profissional de instrumentos psicológicos. A primeira reunião aconteceu em setembro de 2015 e foi importante na formação de uma agenda de interesses comuns entre categoria, Conselho e editoras.
Para João Carlos Alchieri, coordenador da Ccap, os encontros com as editoras são parte da estratégia do CFP de atuar com transparência e simetria no trato com as informações. “Tanto os psicólogos, que estão na linha de frente do trabalho de avaliação, como as editoras e os autores de material psicológico, são partícipes e devem ter acesso às mesmas informações”, afirmou. Antes, “eram contatos isolados, com quem procurasse. Nós resolvemos colocar todos no mesmo contexto, no mesmo momento”, explicou.
A atualização de normas sobre testes psicológicos foi um dos principais assuntos debatidos durante a reunião, além de solicitações de Conselhos Regionais quanto à distribuição de normas, a venda de livros de tabelas normativas e as dúvidas da categoria quanto ao seu uso. A possibilidade de elaboração, por parte do CFP, de uma nota técnica sobre a atualização de tabelas de instrumentos psicológicos após o esclarecimento das solicitações dos regionais é uma ideia interessante para orientar as (os) psicólogas (os) no uso das normas, avalia a Comissão. Outro assunto importante diz respeito à submissão de plataformas informatizadas de testes psicológicos à avaliação do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) do CFP.
Alchieri caracteriza o progresso no uso dessas plataformas – já bastante usadas internacionalmente –, que aceleram o trabalho dos profissionais no manuseio dos testes, principalmente quando em grande quantidade. Atenta, porém, para os cuidados éticos que devem ser observados no processo. “É um avanço no cenário nacional, mas é preciso cuidado do ponto de vista ético em pesquisa e no exercício da profissão. O sigilo profissional, das informações e dos resultados das avaliações confiadas à (ao) profissional psicóloga (o) pelo cliente, por exemplo, precisa ser garantido”, defendeu. Em abril deste ano, o CFP publicou a Nota Técnica nº 02/2016 com orientações nesse sentido.
Esclarecimentos sobre a suspensão da comercialização de folhas de respostas de testes ainda válidos pelo Satepsi e critérios de revalidação de testes a partir de 2018 também foram assuntos tratados na reunião.
O retorno das editoras em relação aos encontros convocados pelo CFP é positivo, na avaliação de Alchieri. “É uma proposta única de interlocução que se desenhou desde o ano passado com transparência, para as editoras, aos regionais e aos psicólogos. De um lado as editoras pedem de nós, órgão regulamentador, a definição de regras claras para aspectos processuais. E, por outro lado, nós pedimos mais cuidados em relação à comercialização e cobertura do material”, relatou. “É um processo dinâmico, que vai se ajustando”, completou.
Além de João Alchieri, participaram do encontro os integrantes da CCAP Cícero Vaz, Elton Matsushima, Valdiney Gouveia e Neander Abreu. Por parte das editoras, estiveram presentes Gisele Alves e Rafael Ferraz, representantes da Editora Casa do Psicólogo (Pearson Clinical); Alexandre Serpa e Marianne Fleury, representantes do Centro Editor de Testes e Pesquisa em Psicologia (Hogrefe CETEPP); Antônio Uchoa e Bartholomeu Troccoli, do LabPAM; e Cristiano Esteves e Marcos Raimondi, representantes da Vetor Editora.