O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) estão mobilizados pela retirada de nomes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Nova Política Nacional de Saúde Mental e da Assistência Hospitalar Psiquiátrica. Nesta quinta-feira (9), representantes das duas entidades foram ao Congresso Nacional conversar com parlamentares para explicar o verdadeiro caráter a Nova Política de Saúde Mental, aprovada em dezembro de 2017, que afronta as diretrizes da política de desinstitucionalização psiquiátrica e representa uma volta à lógica manicomial.
Vice-presidenta da Fenapsi, Fernanda Magano esteve no Congresso e conta que o movimento antimanicomial foi surpreendido com a divulgação da criação dessa frente, feita pelo coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Quirino Cordeiro. “Essa política não tem nada de nova. É um retrocesso, pois ela defende dinheiro para comunidades terapêuticas, defende a instituição dos hospitais psiquiátricos, que significa a volta dos manicômios, algo que a reforma psiquiátrica é totalmente contra”.
Como as assinaturas foram colhidas no plenário da Câmara, muitos deputados e deputadas assinaram sem total compreensão do verdadeiro caráter dessa nova política. Por isso, CFP e Fenapsi foram ao Congresso para explicar o que as novas diretrizes representam, e destacar que vários partidos já haviam se posicionado de forma contrária. As entidades iniciaram a conversa com o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), mas também farão diálogos com parlamentares de outros partidos para retirada da assinatura.
Magano salienta que, mesmo que a retirada do apoio dos parlamentares não signifique a extinção da frente, a conversa com os deputados “é uma oportunidade para mostrar que a gente mantém uma posição contrária a essa nova política, que a gente segue defendendo o princípio da luta manicomial, e que já existe uma Frente Parlamentar criada há dois anos que de fato atua na defesa dos princípios da luta antimanicomial”.
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