A oficina temática “Arte, Cultura e Loucura”, realizada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em João Pessoa (PB) nesta quinta-feira (5/6), reuniu profissionais da área da saúde, estudantes e usuários de todo o país com vistas a divulgar experiências de inclusão social de usuários através da Arte e Cultura, conferindo visibilidade à dimensão sociocultural da atenção psicossocial.
A oficina, que durou o dia todo, contou com uma mesa sobre protagonismo de usuários e inserção em grupos e com um bate-papo sobre experiências de Inserção na Arte e Cultura e no Trabalho. Ao final das atividades, foi lançado o prêmio Prêmio Inclusão Social, que pretende contemplar experiências de sucesso no processo de inclusão social e protagonismo de usuários. Segundo Rosângela Silveira, representante do CFP na atividade, o prêmio “mostra que o Conselho está sintonizado com a realidade e as demandas dos usuários dentro do processo da Reforma Psiquiátrica brasileira, e que nós vamos poder tratar, com a iniciativa, uma grande dimensão que anda um pouco fragilizada pela ausência de políticas públicas adequadas”, avalia.
Para Eduardo Torre, doutorando em Saúde Pública que participou da atividade realizada pelo CFP, o prêmio “vai dar visibilidade para experiências que estão crescendo muito no Brasil e cada vez mais se tornando independentes dos próprios serviços e que ajudam as pessoas em sofrimento mental e vulnerabilidade social a reconstruir suas vidas, a produzirem novos laços, novas sociabilidades, sempre em defesa dos direitos humanos e de uma sociedade mais democrática. Além disso, a arte-cultura, além de ser instrumento fundamental para relações democráticas produz mais sensibilidade, a possibilidade de lutar contra o preconceito e a segregação de forma muito interessante”, aponta.
Dayan de Paiva, militante antimanicomial e da educomunicação e usuário dos serviços de Saúde Mental em São Paulo, os veículos de comunicação e aparatos culturais ainda estigmatizam a realidade dos usuários. “A mídia não sabe comunicar corretamente um transtorno psiquiátrico. Entra muito no sensacionalismo. Temos de ter muito cuidado quando vamos divulgar alguma situação na mídia, porque isso pode estigmatizar a pessoa com doença mental”, comenta.
2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental
A oficina antecedeu o início do 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental, organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME), do qual o CFP também participa. No sábado (6), o professor da Universidade de Brasília (UnB) Ileno Izidio Costa representará a autarquia na mesa redonda “Justiça, segurança, população carcerária e direitos humanos”, das 8h às 10h30. No mesmo dia e horário, a psicóloga Tânia Grigolo participa de debate sobre “Medicalização da vida”. O vice-presidente do CFP, Rogério Oliveira, também participa das atividades do Conselho em João Pessoa.
Conheça mais sobre o evento em http://www.direitoshumanos2015.abrasme.org.br/site/capa