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19/06/2015 - 12:13

CFP lança vídeo sobre a relação da Psicologia com a luta pela despatologização das identidades trans e travestis

Colocar em debate o papel da Psicologia em relação à despatologização das identidades de gênero é o objetivo de produção divulgada nesta sexta (19) pela autarquia.

CFP lança vídeo sobre a relação da Psicologia com a luta pela despatologização das identidades trans e travestis

O vídeo “A despatologização das transexualidades e travestilidades pelo olhar da Psicologia – Parte I” é uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e aborda os problemas vividos pelas pessoas trans e travestis e a patologização de suas identidades. Com a participação de professores universitários, a peça audiovisual também apresenta uma importante reflexão sobre o posicionamento dos (as) psicólogos (as) acerca das questões relacionadas à identidade de gênero e sexualidade.

Lançada nesta sexta (19), a produção faz parte da campanha “Despatologização das Identidades Trans e Travestis” e problematiza a atuação dos (as) psicólogos (as) no processo transexualizador no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), além da formação acadêmica desses profissionais em relação à temática. Os convidados explanam sobre direitos humanos, cidadania e autonomia sobre o próprio corpo. Eles apontam os problemas vivenciados por esta população, como a dificuldade de acesso aos direitos de cidadania, o acesso à educação, ao trabalho e à saúde e abordam a violência e o preconceito sofridos cotidianamente. Mais, falam, ainda, dos erros comuns cometidos pelos próprios profissionais da Psicologia no atendimento em consultórios, ambulatórios, serviços públicos de saúde, dentre outros.Didático, podendo ser utilizado inclusive em salas de aula, o vídeo traz uma breve explicação sobre os conceitos utilizados nas questões de identidade de gênero e um pequeno histórico sobre patologização das identidades transexuais e travestis no mundo.  Apresenta, inclusive, o posicionamento do CFP, que em 2013 divulgou nota técnica com orientações ao atendimento de pessoas trans. O documento afirma que a transexualidade e a travestilidade não constituem condição psicopatológica, ainda que não reproduzam a concepção normativa de que deve haver uma coerência entre sexo biológico, gênero e desejo sexual.

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Psicóloga e professora Tatiana Lionço (UnB)

O vídeo “A despatologização das transexualidades e travestilidades pelo olhar da Psicologia” está dividido em duas partes. A próxima será lançada em breve pela autarquia e abordará a importância de se dar voz as próprias pessoas transexuais e travestis, a força dos movimentos sociais e o papel da Psicologia na luta pela despatologização das identidades trans e travestis, apontando possíveis caminhos e debates.

São entrevistados os (as) psicólogos (as) e professores universitários Ana Paula Uziel (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Emerson Rasera (Universidade Federal de Uberlândia), Jaqueline de Jesus (Universidade de Brasília), Marco Aurélio Máximo Prado (Universidade Federal de Minas Gerais) e Tatiana Lionço (Universidade de Brasília).

Campanha “Despatologização das Identidades Trans”

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Psicólogo e professor Emerson Fernando Rasera (UFU)

“A despatologização das transexualidades e travestilidades pelo olhar da Psicologia – Partes I e II” terá prosseguimento com mais duas peças videográficas. São elas: “A luta pela despatologização no mundo”, onde serão abordados o avanço da ciência, o histórico e momento atual e a luta e organização de movimentos sociais pela despatologização; e “Visões diversas da despatologização no Brasil”, onde será abordada a realidade brasileira, a visão das pessoas trans, as dificuldades do sistema de saúde brasileiro, além de possíveis alternativas.

Os filmes fazem parte de campanha “Despatologização das Identidades Trans”, que conta ainda com um site específico sobre o tema, com legislações, publicações, blogs e notícias, e debates online (veja links abaixo).

A campanha reúne profissionais da psicologia, pesquisadores e pesquisadoras, ativistas, pessoas transexuais e travestis para debater o fazer psicológico no processo de transexualização, à luz dos Direitos Humanos, além do panorama dos debates políticos em torno da luta no Brasil e no mundo.

Clique aqui e conheça o site “Despatologização das Identidades Trans”

 

Vídeo “A despatologização das transexualidades e travestilidades pelo olhar da Psicologia – Parte I”
Realização: Conselho Federal de Psicologia / Comissão de Direitos Humanos
Entrevistados:
Ana Paula Uziel – Professora da UERJ e Coordenadora do Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos (LIDIS/UERJ)
Emerson Fernando Rasera – Professor de Psicologia (UFU)
Jaqueline Gomes de Jesus – Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (UnB)
Tatiana Lionço – Doutora em Psicologia (UnB) e Professora em Psicologia (UnB)
Marco Aurélio Máximo Prado – Professor de Psicologia (UFMG) e membro da CDH/CFP
Duração: 17´39´´