Como sintetizar quatro décadas de contribuições da Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) para a produção e transmissão do conhecimento, sempre buscando incentivar e apoiar profissionais da Psicologia nas suas diferentes áreas com novas técnicas, novas pesquisas e novas produções do conhecimento?
Essa pergunta pode ser respondida, ou pelo menos em parte, na produção de um dossiê de cinco artigos publicados na PCP. Esse material foi pensado pela Comissão Editorial do periódico no início deste ano.
Editada desde 1979, a Revista PCP é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Atualmente, a revista está indexada nas bases da SciELO; Lilacs (Bireme); Clase; Latinex; PsycINFO; Redalyc; Psicodoc e Google Scholar.
A conselheira do CFP e editora da PCP, Neuza Guareschi, destaca que o trabalho objetivou resgatar um pouco da História da produção do conhecimento, divulgada pela PCP nestes 40 anos. “Acho que é isso que esse dossiê mostra, além de um balanço daquilo que foi publicado na revista durante os 40 anos, e como que determinados temas do conhecimento se movimentaram, pelo menos durante 18 e 20 anos”, reforça.
Dossiê PCP 40 anos
No primeiro artigo, intitulado “Análise Bibliométrica e de Rede dos 40 Anos da Revista Psicologia: Ciência e Profissão”, os autores buscam verificar como a revista foi delineando a sua própria história e do campo da Psicologia no Brasil. Neste sentido, segundo eles, o objetivo foi delimitar os principais autores, instituições e palavras-chave que trouxeram o periódico até o momento atual. As conclusões apontam que a revista assume uma postura epistemológica pluralista e que tanto os aspectos científicos como os relacionados a práticas e atuação de profissionais se mantêm ao longo desses 40 anos.
No texto seguinte, “Publicações da Psicologia: Ciência e Profissão à luz da Sociologia das Ausências”, as autoras destacam temáticas publicadas na revista nos anos de 2005 a 2018 e discutindo-as à luz da sociologia das ausências. Segundo elas, embora em uma primeira reflexão possa se pensar que as temáticas ausentes nesta revista tenham se deslocado para outros espaços de publicação, cabe avaliar de forma mais detalhada o que essas ausências e baixa frequência podem significar.
Em “Implicações da Produção do Conhecimento em Psicologia sobre Álcool e Outras Drogas”, a autora Carolina dos Reis fez um levantamento das publicações da PCP sobre a temática de álcool e outras drogas no período de 2005 a 2018. Para tanto, foram identificados 18 artigos dentre todos os textos nos números regulares da revista que tinham esse tema como foco central. Os artigos foram lidos na íntegra e categorizados de acordo com quatro subtemáticas: a) motivos que levam ao consumo de álcool e outras drogas; b) produção de verdades sobre os usuários de drogas; c) prevenção e tratamento; e d) análise das políticas sobre drogas.
No quarto texto, “40 anos: o que a Psicologia tem produzido enquanto ciência e profissão?”, o objetivo é apresentar e discutir as mudanças políticas e sociais brasileiras que exigiram alterações na produção de conhecimento e práticas em Psicologia. A revista publica, agora na modalidade fluxo contínuo, textos originais de relevância científica e social, sob uma perspectiva crítica em relação aos processos políticos da ciência e da profissão e aos direitos humanos. Constitui-se, portanto, como periódico que abrange todas as áreas da Psicologia, que envolvem desde o desenvolvimento de conceitos até a prática profissional. Foram realizadas pesquisa, leitura e análise de 866 artigos, publicados de 2005 a 2018, e organizados em 19 categorias.
Gênero e Sexualidade: Análise das Publicações na Revista Psicologia: Ciência e Profissão (1995-2019), último texto dos artigos do Dossiê PCP 40 anos, os autores buscaram analisar as publicações na temática de gênero e sexualidade da revista Psicologia: Ciência e Profissão. Foi realizada busca por meio da ferramenta de pesquisa da própria revista utilizando os termos “gênero” ou “sexualidade”. O banco final incluído na análise foi constituído por 70 artigos publicados entre 1995 e 2019. Foram feitas classificação hierárquica descendente e análise de similitude com o corpus formado pelos resumos dos artigos por meio do software Iramuteq. Analisaram-se 340 segmentos de texto, em que se reteve 81,76% do total 278 UCEs), gerando cinco classes: Sexualidade e desenvolvimento, Estudos de intervenção, Perspectivas críticas da diversidade, Violência contra as mulheres e Pesquisas empíricas.
Saiba mais:
Leia os artigos do fluxo contínuo de 2020 Parte I
Leia os artigos do fluxo contínuo Parte II e Dossiês PCP 40 anos e Covid-19
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