O Conselho Federal de Psicologia repudia a declaração preconceituosa e pejorativa recentemente proferida pelo comediante Rafael Bastos. Em entrevista para a edição de maio da revista Rolling Stone, ele pronunciou as seguintes palavras em forma de piada: Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho.” ; “Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade.”; “Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço.”
Diante do pronunciamento, o Conselho Federal de Psicologia classifica a atitude do comediante como de extremo mau gosto e de grave desrespeito à dignidade feminina. Não observar a cruel realidade do estupro como um crime e sim como um “favor” é uma forma de humilhar as vítimas e de justificar este ato violento. O estupro é um crime hediondo, digno de punição justa e de maneira alguma pode ser justificado. Essa declaração machista vai de encontro a toda luta daquelas e daqueles que buscam uma sociedade igualitária, livre de injustiças e com respeito aos Direitos Humanos. Fazer tais declarações sobre um tema doloroso e traumático para as mulheres é um ato irresponsável e incentiva a violência contra a mulher. Preocupa-nos que o conteúdo mediático possa estar a serviço da disseminação do preconceito e violência e não a serviço de uma cultura de paz.