O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, esteve reunido na quinta-feira (5) com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O encontro teve como objetivo dialogar sobre temas importantes da Psicologia, desde a formação profissional até a assistência ofertada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A reunião fez parte de uma agenda proposta pelo Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS) com o objetivo de fortalecer, ampliar e aprimorar o SUS com a participação ativa da sociedade civil nos espaços e mecanismos de controle social.
Na ocasião, as(os) representantes do FCFAS ressaltaram o fortalecimento da atenção básica à saúde fundamentada nos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação da assistência, respeitando o vínculo, a integralidade e a humanização do cuidado. Nessa perspectiva, defenderam a ampliação do acesso com qualidade aos serviços de baixa, média e alta complexidade a partir de ações que preservem a saúde e previnam doenças.
A saúde das(os) trabalhadoras(es) também foi discutida pelo coletivo, que ressaltou a necessidade de estratégias de prevenção de doenças, acidentes e agravos à saúde das(os) profissionais, frisando a redução dos riscos nos ambientes laborais, seja no campo público ou privado. O grupo destacou aspectos desde ferramentas, uniformes e equipamentos de proteção, até a importância da instituição de um plano de cargos, salários e carreiras para as equipes que compõem o SUS.
Para o presidente do CFP, o encontro foi essencial para demarcar o posicionamento do Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde em relação a questões ainda desafiadoras. “Considero essa abertura ao diálogo imprescindível para encontrarmos caminhos possíveis de atuação para fortalecer o acesso da população a um sistema público de saúde efetivo e resolutivo, assim como a proteção das(os) trabalhadoras(es) no exercício de suas funções”, afirmou Pedro Paulo Bicalho.
Formação presencial
Durante o encontro com a ministra da Saúde também foi destacada a importância da presencialidade na graduação dos cursos na área da saúde. De acordo com as(os) representantes do FCFAS, há questões essenciais que apenas o contato direto durante a formação é capaz de suprir em termos de aprendizagem. Assim, uma formação à distância não prejudica apenas o processo ensino-aprendizagem, mas também toda a assistência prestada à população.
Especificamente no campo da Psicologia, pontuou Pedro Bicalho, o desenvolvimento de habilidades, valores, atitudes e de inúmeras competências complexas extrapola a dimensão cognitiva e envolve experiências imprescindíveis a uma profissão de caráter intrinsecamente relacional. “Acolhimento, empatia, comunicação apropriada em diferentes linguagens, compreensão geral do contexto, entre outras especificidades, só se desenvolvem a partir de uma interação direta, de um contato real com o outro”, defendeu o presidente do Conselho Federal de Psicologia.
O encontro foi marcado ainda com a entrega de uma carta à ministra Nísia Trindade com essas e outras reflexões realizadas pelo Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde.