O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) publicou, no início de abril, nota de repúdio às ameaças ao estado democrático de direito. No documento, revelou “extrema preocupação com o atual contexto de judicialização da política no Brasil” e fez referência à crescente onda de violência contra os protagonistas que estão na defesa dos direitos sociais (leia a nota).
“Todos esses elementos, como ódio e intolerância, aumentam a preocupação em relação às eleições e as perspectivas dos rumos do país”, explica o conselheiro e integrante da Comissão dos Direitos Humanos, Paulo Maldos. “As ocorrências de agressões e violência geradas por segmentos que exigem privilégios e propagam o ódio, o racismo e a intolerância intensificam o clima de radicalização social.”
Para Maldos, há um acirramento da violência, com aumento no número de assassinatos no campo, de sem-terras, indígenas e quilombolas. Nas cidades, o genocídio é contra jovens negros. “Esse clima de ódio e intolerância crescentes são como uma autorização à violência física e ao anonimato”.
Para o conselheiro, é preciso buscar um ambiente de respeito à diversidade cultural, social, étnica, ideológica e política e reconstruir um ambiente de subjetividades livres para se expressar e para representar nosso mosaico de rica diversidade, influenciando umas às outras, de forma positiva e plena. “O respeito, o diálogo, o reconhecimento do valor do outro, em vez do medo, da intolerância, do ódio e da agressão, para a construção de uma sociedade mais justa.”