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11/05/2016 - 17:10

Coletivo Iara Iavelberg entrega carta aos senadores

Documento destaca luta pela democracia e homenageia Iara Iavelberg e Marcus Vinícius de Oliveira e Silva, psicólogos perseguidos na ditadura militar

Coletivo Iara Iavelberg entrega carta aos senadores

O Coletivo de Psicólogos (as) e estudantes de Psicologia Iara Ialvelberg entregou ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, Paulo Paim (PT/RS), em audiência pública realizada nesta terça-feira (10), no auditório do Interlegis (Centro de Estudos e Pesquisa do Senado), em Brasília.

A solenidade aconteceu na 10ª e última audiência pública daquele colegiado que realizou um ciclo de debates sobre Democracia e Participação Popular realizado naquela Casa. Além do coletivo de estudantes e psicólogos (as), o evento contou com a participação de sindicalistas e ex-deputados constituintes de 1988: Haroldo Saboia e Nelton Friedrich.

Carta dos (as) psicólogos (as)

A psicóloga Luíza Pereira foi designada pelo Coletivo Iara Ialvelberg para a leitura do documento, intitulado “Carta Aberta aos Senadores da República”. O documento faz uma crítica “aos frágeis fundamentos apresentados pela Câmara de Deputados para autorizar a abertura do processo de impedimento contra a Presidenta Dilma Rousseff, organizaram-se com o objetivo de lutar pela proteção da Democracia brasileira que, nos últimos meses, apresenta-se sob grave ameaça”, inicia.

A carta aborda que “este coletivo inspira-se em Iara Iavelberg, psicóloga, militante de esquerda, que abandonou confortável condição social para lutar contra as profundas desigualdades do país, motivo de seu brutal assassinato na Ditadura Militar, em 1971. Além dela, nos inspira, ainda, o professor Marcus Vinicius de Oliveira e Silva, psicólogo, também perseguido pela ditadura, militante da luta antimanicomial, incansável defensor dos direitos humanos e das minorias oprimidas, violentamente assassinado no interior da Bahia, em 2016. Ambos foram calados por confrontar a configuração de poder estabelecida. Ambos lutavam pela Liberdade”, pontua.

Ao final, no documento, o coletivo exige que “o Senado Federal respeite a decisão das urnas e vete o impedimento da presidenta Dilma Rousseff, baseado nas frágeis alegações supracitadas. Dilma teve seus direitos violados ao lutar pela liberdade e por um país mais justo durante a ditadura militar. Caso o impedimento se confirme nesta casa, ela deixará a presidência e perderá os direitos políticos por oito anos, mesmo não havendo crime de responsabilidade que lhe seja imputado. Novamente, o Brasil estará violando seriamente os direitos desta brasileira. Mas, desta vez, não há ditadura… Esperamos que as lutas de Iara, Marcus Vinicius e tantos outros não tenham sido em vão. NÃO ao impedimento! Sim à Democracia!”, conclui.
Clique aqui e leia a carta na íntegra.