Entre os dias 9 e 11 de novembro, a Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cefemea), realiza o III Colóquio de Estudos Feministas e de Gênero. O evento tem como objetivo reunir estudos e propostas político-sociais dedicadas ao entendimento, combate e prevenção da violência contra as mulheres no Brasil – país que tem a quinta maior taxa de feminicídio no mundo.
O tema desta edição é “Mulheres e Violências: Interseccionalidades” e contará com a participação de mais de 60 doutoras especialistas da área, além de estudantes, ativistas e representantes do setor público.
O prazo para submissão de trabalhos já está encerrado, mas as inscrições para ouvintes vão até o início do evento e custam R$ 75,00.
De acordo com as organizadoras, o termo “interseccionalidades” foi escolhido porque põe em relevo a diversidade das identidades e experiências das mulheres. “A ideia é dar visibilidade a todos os agrupamentos de mulheres, porque a gente tem questões em comum, mas tem também especificidades”, explicou Valeska Zanello, professora da UnB e integrante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP). “Lembrando sempre que as maiores vítimas são as mulheres negras. Elas sofrem tanto pela questão do sexismo quanto do racismo”, ressaltou.
A partir de conferências, mesas-redondas, e minicursos, os (as) participantes debaterão temas como violência e saúde mental, violência contra os direitos sexuais e reprodutivos, criminalização das mulheres pelo tráfico de drogas e representação da violência na literatura. Acesse aqui a programação completa.
Com característica interdisciplinar, o evento conta com uma comissão organizadora composta por pesquisadoras das áreas de Psicologia, História e Literatura. Assim como nas outras edições, os artigos apresentados pelas conferencistas serão publicados em livro, a ser disponibilizado posteriormente na Internet.
Fórum
O Colóquio será precedido pelo Fórum Notificação dos casos de violência contra a mulher, no dia 8 de novembro. O evento é voltado principalmente aos (o) profissionais da saúde, que poderão aprender sobre a Lei Maria da Penha e questões práticas relacionadas à notificação da violência.
“Os cursos de formação e graduação em Psicologia e demais áreas de Saúde não têm ensinado sobre violência contra a mulher. Infelizmente, o profissional ainda confunde a notificação com a comunicação externa”, exemplificou Valeska Zanello, umas das palestrantes e organizadoras. No evento, os participantes vão aprender, inclusive, como preencher a ficha de notificação corretamente.
Com inscrição gratuita, o Fórum é uma iniciativa do projeto Notifique – parceria entre oTribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Secretaria de Estado da Saúde do DF, Ministério da Saúde e UnB.
Vídeos
O papel dos profissionais de saúde no tratamento de mulheres vítimas de violência também foi tema de dois vídeos produzidos pelo CFP, com apoio do projeto Notifique.
No primeiro filme, lançado em junho deste ano, são apresentados os tipos de violência de gênero, o impacto da agressão na saúde mental, a legislação sobre o assunto, os serviços disponíveis para atendimento e o que o profissional deve fazer ao se deparar com uma situação desse tipo.
Na segunda peça, divulgada nesta segunda (10), são aprofundados os caminhos que o (a) profissional de saúde deve percorrer ao se deparar com uma situação de violência contra a mulher, principalmente os procedimentos relativos à notificação compulsória.