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29/08/2016 - 18:27

Comissões levam atividades a todas as regiões do país

A Comissão de Psicologia do Trânsito e a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica têm realizado encontros em diversas capitais para apresentar seu trabalho

Comissões levam atividades a todas as regiões do país

Duas comissões do Conselho Federal de Psicologia (CFP) têm levado atividades a todas as regiões do país, para que mais pessoas conheçam o trabalho dessas instâncias e participem das discussões em curso, que subsidiam políticas públicas e atualização de normas. Os encontros, realizados nas capitais, também promovem capacitação profissional nas áreas em questão.

São atividades gratuitas, dirigidas às (aos) profissionais de Psicologia e integrantes dos Conselhos Regionais, mas abertas a estudantes e demais interessadas (os).

A Comissão de Psicologia do Trânsito realizou o Seminário “Psicologia do Trânsito: Possibilidades e Desafios de Atuação” em Belo Horizonte (julho), São Paulo (julho) e Palmas (agosto). Estão marcados eventos similares para Curitiba (15 de setembro) e Fortaleza (25 de outubro).

Os objetivos são apresentar o campo de atuação profissional em questão e qualificar a atividade de Avaliação Psicológica para Carteira Nacional de Habilitação (CNH), entre outros. Além de representantes do CFP, participam pesquisadores, técnicos e gestores de órgãos públicos e da sociedade civil nas áreas de Trânsito e Transportes.

Em moldes semelhantes, a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) vem realizando o projeto CCAP Itinerante, com foco nos preceitos éticos e técnicos da área.

Foram realizados cursos e palestras no Rio de Janeiro (março), em Belém (maio), Campo Grande (julho) e Salvador (agosto). O da Região Sul será em Florianópolis, nesta semana (quinta-feira, 1º de setembro).

Revalidação

Em debate no 3º Congresso de Psicologia do Cerrado (Conpcer), em julho, integrantes da CCAP ressaltaram a necessidade de formação continuada dos profissionais nessa área, revalidação dos instrumentos em uso e adequação das abordagens ao interesse dos usuários.

Outro ponto foi a urgência de considerar a realidade regional na aplicação dos testes psicológicos. O coordenador da Comissão Consultiva, João Carlos Alchieri, destacou que em cinco anos serão aproximadamente 400 mil psicólogos (as) em atuação no Brasil, e defendeu que esses (as) profissionais invistam em uma formação em avaliação psicológica que não se limite a graduação, mestrado ou doutorado, com cursos que contemplem os avanços da área e os contextos regionais.

“O contexto interfere no que chamaremos de resultado, embora alguns aspectos instrumentais sejam uniformes. O maior problema, hoje, está na representação dos critérios demográficos, que são colocados como referências e os profissionais tomam decisões a partir disso. Não se pode ter parâmetros iguais para regiões e contextos diferentes”, lembrou. Quanto à importância de revalidar os instrumentos, ele lembrou que de 2003 a 2015 foram contabilizados mais de 360.

Subsídio e intercâmbio

Segundo a conselheira do CFP Viviane Ribeiro, o seminário da Comissão de Psicologia do Trânsito na capital paulista mostrou que a atividade, por meio dos grupos de trabalho, pode subsidiar formulações em âmbito nacional. “Com apoio da CCAP, estamos desenvolvendo um documento de referência de atuação técnica do profissional de Trânsito – em princípio, uma cartilha –, especialmente na avaliação psicológica para CNH”, conta. “Vamos analisar as discussões regionais e incorporar aquelas que se mostrarem importantes para o documento, que tem por objetivo proporcionar uma convergência na atuação em todos os estados brasileiros.”

Ela lembra que outro objetivo dos encontros é apresentar as diversas facetas relacionadas à área de Trânsito e Mobilidade, que tem interface com a Saúde e a Educação, por exemplo. A seu ver, o contato com as diferentes experiências permite uma visão mais ampla sobre os desafios e possibilidades de trabalho para a psicóloga (o).

“Estamos fazendo os eventos em parceria com Detrans (Departamentos de Trânsito), DER (Departamentos de Estradas de Rodagem), Ministério Público, secretarias de Saúde, prefeitura, as polícias ligadas ao tema”, explica. “Assim, todos esses atores e instituições discutem a situação – que virou assunto de saúde pública –, tanto na região como no país, e como o profissional de Psicologia pode atuar nisso.”

Matéria atualizada da edição 113 do Jornal do Federal