Em uma sala escura, imagens e depoimentos se misturavam na tela contínua para retratar a luta pelos direitos humanos no país. Ninguém parecia se importar com as filas quilométricas para assistir o documentário sobre a Psicologia e os direitos humanos, na sala que recebeu o nome do jornalista morto na ditadura, Vladimir Herzog.
O vídeo, produzido pela Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP), emocionou visitantes e fez do espaço um dos principais destaques da 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia.
Que o diga a psicóloga Zaira Lopes, que veio do Mato Grosso do Sul para apresentar um pôster sobre Psicologia e Políticas Públicas e aproveitou para conhecer o espaço. “Foi uma oportunidade única, que valeu a pena esperar. O filme fez um retrato da nossa história que merece ser divulgado, pois precisamos dar visibilidade aos acontecimentos históricos que marcaram a vida dos brasileiros, com o período do regime militar”, conta.
A estudante Franciele Fernandes também foi uma das expectadoras que saíram emocionadas após a exibição do vídeo, que tratou de ações de promoção e defesa dos direitos humanos por psicólogos (as) no Brasil. Ela veio de Vitória da Conquista, na Bahia, e achou o espaço Vladmir Herzog muito bem elaborado. “Os coordenadores dessa sala fizeram esse vídeo com um propósito de misturar todas essas diversidades que resultam na busca pelos direitos humanos, desde a luta antimanicomial ao direito dos índios, tudo isso busca do bem comum”, afirmou.
Sobre o espaço
A sala foi inaugurada simbolicamente por Ivo Herzog, filho do jornalista morto durante a ditadura militar. O local recebeu o nome do jornalista porque ele é um símbolo da luta pelos direitos humanos no país. Herzog foi morto nos porões do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em 1975.
Para Ivo Herzog, a homenagem ao pai durante a 2ª Mostra representa uma grande honra. “Saber que a figura do meu pai é uma referência e ajuda a agregar a discussão sobre direitos humanos na psicologia, a gente vê que aquele preço que a gente pagou está trazendo mais contribuições para a sociedade”, disse.
Do lado de fora do espaço, além de frases de renomados pensadores, como Claude Lévi-Strauss e Michel Foucault, havia uma área chamada “Deixe suas impressões”, onde os participantes escreveram em um mural o que sentiram e pensaram durante a exibição do filme. Após a exibição do vídeo, Ivo escreveu a frase: “Direitos humanos, nossos direitos”.
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