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12/12/2011 - 10:52

Em nome da proteção e do cuidado, que formas de exclusão temos produzido? Campanha Nacional de Direitos Humanos

A campanha nos lembra que as práticas da Psicologia são sempre políticas. Elas produzem lugares e conferem fisionomia ao mundo em que vivemos.

A questão que orienta a campanha nos abre muitas outras:
Com a violação de quais direitos nos indignamos e com a dor de quais humanos nos solidarizamos? Quais são os mecanismos subjetivos através dos quais se produzem as legitimações ou invalidações das práticas sociais que, como tais, favorecem ou mutilam os direitos humanos, patrocinando discriminações ou identificando-se com a ampliação dos direitos e das autonomias dos sujeitos? E quando o argumento para tais violações se baseia na proteção e no cuidado? De que modo nossas práticas “bem intencionadas” produzem – sutil e sorrateiramente – formas de exclusão?

Em nome da proteção e do cuidado, que formas de exclusão temos produzido? Ao propor este tema, a Comissão Nacional de Direitos Humanos busca fomentar reflexão sobre a relação que se tem estabelecido entre as práticas ditas de proteção e de cuidado e os movimentos de controle e aprisionamento da vida, tão presentes no contemporâneo. O que se produz em nome do cuidado? Qual é a nossa implicação diante de tais práticas?

O objetivo de tecer estes questionamentos e críticas acerca do fazer cotidiano profissional é destacar a urgência de um posicionamento crítico sobre nosso fazer. Profissionais que apenas reproduzem lógicas estabelecidas, por mais bem intencionados que estejam, utilizam de seu poder para enfraquecer e proibir o discurso do sujeito sobre si mesmo e, em troca, oferecem-lhe um rótulo, respaldado por uma ciência dita neutra e asséptica.

A campanha foi lançada dia 17 de novembro, durante o VII Seminário Nacional de Psicologia e Direitos Humanos – Drogas: Direitos Humanos e Laço Social.