“Psicologia e democracia: nenhum direito a menos”. Esse foi o tema que norteou os debates do Encontro Nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, realizado no dia 6 de outubro, em Brasília/DF. Na atividade, os 22 Conselhos Regionais presentes e o Conselho Federal de Psicologia assinaram um manifesto convocando psicólogas e psicólogos a se posicionar publicamente contra ações jurídicas e legislativas que representam retrocessos aos direitos da população brasileira.
A atividade também marcou as comemorações dos 20 anos da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH-CFP), criada em 7 de agosto de 1997. “Em contexto de retrocessos e de violações de direitos, é essencial ampliar e potencializar esse espaço de discussão e de articulação. Relembrar e comemorar os 20 anos da Comissão de Direitos Humanos é também retomar lutas históricas e, infelizmente, atuais”, explica Ana Luiza Castro, coordenadora da CDH-CFP.
Assista o vídeo comemorativo dos 20 anos da CDH-CFP
“Psicologia e democracia: nenhum direito a menos” foi tema norteador do Encontro Nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia
Na abertura da atividade, o presidente do CFP, Rogério Giannini, falou da importância de que o tema dos direitos humanos seja pensado a partir da perspectiva de articulação do Estado com a sociedade. “É preciso cuidado para que a Psicologia não se transforme em instrumento de opressão, classificatório e de justificação, chancelando o preconceito e o processo discriminatório”.
O diretor-secretário do CFP, Pedro Paulo Bicalho, enfatizou que ”o fortalecimento do Sistema Conselhos de Psicologia passa pela realização de atividades nacionais em conjunto, a exemplo deste encontro, e pelo compartilhamento de pautas coletivas”. Ele também lembrou os 30 anos da “Carta de Bauru”, que tornou a Psicologia protagonista da luta antimanicomial: “A reforma psiquiátrica tem muito de nós”.
“A Psicologia pode ajudar as pessoas a se libertarem dessa mistura de rancores e ódios, ancorados num tempo que já não existe mais e a se abrirem para um tempo acolhedor, que reúna o que a sociedade tem de melhor”, refletiu Paulo Maldos, conselheiro do CFP e membro da Comissão de Direitos Humanos, na conferência “Conjuntura, Psicologia e Direitos Humanos”.
Durante o encontro, as Comissões de Direitos Humanos e do CFP apresentaram as principais ações desenvolvidas e começaram a alinhar a construção de uma política conjunta de direitos humanos para o Sistema Conselhos de Psicologia.
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