O Conselho Federal de Piscologia (CFP), como entidade integrante do Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (FENDH), une-se ao protesto de instituições engajadas no combate ao trabalho escravo e associações de auditores do trabalho e repudia a homenagem feita pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais ao prefeito reeleito de Unaí, Antério Mânica. O prefeito, suspeito de ser um dos mandantes da chacina de quatro auditores do trabalho na cidade, há quatro anos, foi condecorado com a medalha de Ordem ao Mérito Legislativo pelos “serviços excepcionais prestados em 2008”.
Os servidores foram assassinados em uma emboscada enquanto realizavam uma fiscalização na zona rural de Unaí. No decurso das investigações da Polícia Federal, os irmãos Norberto e Antério Mânica, que figuravam entre os maiores produtores de feijão do país, foram apontados como os mandantes do crime. Os fazendeiros chegaram a ser presos, depois receberam o benefício de aguardar o julgamento em liberdade. Apenas os executores do crime continuam na cadeia.
Meses depois da chacina, Antério foi eleito prefeito da cidade, conquistando foro privilegiado. O motivo do crime seriam as constantes multas aplicadas pela equipe de auditores contra os produtores por descumprimento de leis trabalhistas. As autuações somaram cerca de 2 milhões de reais.