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24/10/2018 - 16:22

Exposição comemora os 15 Anos do Programa de Volta para Casa

A mostra fotográfica retrata cotidiano de egressos de hospitais psiquiátricos de Barbacena (MG) e seguirá aberta ao público até o dia 30 de outubro, na Procuradoria Geral da República

Exposição comemora os 15 Anos do Programa de Volta para Casa

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini, participou no dia 16 de outubro, da abertura da exposição fotográfica “Morar em Liberdade: 15 anos do Programa de Volta para Casa”, na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. A exposição retrata o cotidiano de egressos de hospitais psiquiátricos de Barbacena (MG). Iniciativa marca os 15 anos do Programa de Volta para Casa. A mostra é uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Brasília), do Ministério da Saúde e da TV Pinel e seguirá aberta ao público até o dia 30 de outubro.

Durante fala de abertura, a curadora da exposição e pesquisadora do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da Fiocruz Brasília, Fernanda Severo, contou que a mostra que é composta de fotos e relatos de pessoas que se refizeram da triste experiência de anos vividos em privação de liberdade no hospital psiquiátrico de Barbacena (MG). Segundo ela, não eram só pessoas com doença mental que eram levadas a essas instituições, “qualquer um de nós, por qualquer atitude que “envergonhasse” nossas famílias, poderíamos ser internados”.

Para o presidente do CFP, Rogério Giannini, que também participou do diálogo, “o hospício” só aparece como institucionalidade porque ele se alimenta dessa cultura. “O manicômio não é uma arbitrariedade de um maluco e não está relacionado somente com a saúde e a doença mental, mas ele reflete uma relação com a própria sociedade”.

Também participaram do evento a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, o procurador da República Diego Fajardo (integrante do Grupo de Trabalho Saúde Mental da PFDC), Miriam Abouyd, representante do Fórum Mineiro de Saúde Mental e Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), além de beneficiários do Programa Volta para Casa no Distrito Federal, que falaram sobre como o projeto os ajudou a resgatar a dignidade de voltar ao convívio social.

O Programa de Volta para Casa hoje atende mais de quatro mil pessoas, foi instituído em 2003 e prevê o pagamento mensal de um benefício (chamado de auxílio-reabilitação) no valor de R$ 412,00 para pessoas com histórico de longos períodos de internação em hospitais psiquiátricos (ao menos dois anos ininterruptos). O objetivo do Programa, como parte das estratégias de desinstitucionalização da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, é colaborar com a inclusão social das pessoas que vivem com sofrimentos psíquicos, favorecer o convívio social em comunidade e assegurar o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania.