O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na sexta-feira (26), às 16h, o diálogo digital Todas nós somos Virgínia Bicudo: mulheres negras na Psicologia por reparação e bem viver. A atividade ocorre no marco do Julho das Pretas – com o objetivo de dar visibilidade à luta das mulheres negras contra todas as formas de racismo, misoginia e violência. Iniciativa dialoga com os valores constituintes dessa profissão que se afirma como promotora e protetora dos Direitos Humanos.
A live inicia um ciclo de ações preparatórias do Conselho Federal de Psicologia para a 12ª Marcha das Mulheres Pretas, prevista para novembro de 2025. O objetivo é mobilizar toda a categoria e o Sistema Conselhos de Psicologia para a realização de atividades regionais e a interlocução com movimentos sociais, entidades e órgãos públicos em relação à temática.
Ao debater o tema central do Julho das Pretas, a atividade pretende também homenagear a psicóloga Virgínia Leone Bicudo, primeira mulher negra a compor um plenário do CFP, em 1973. Virgínia deixou um importante legado, sendo ainda a primeira mulher a fazer análise na América Latina, primeira estudiosa a redigir uma tese sobre relações raciais no Brasil e também a primeira psicanalista não médica no país.
Para a conselheira vice-presidenta do CFP, Alessandra Almeida, e mediadora da live, é urgente falar sobre o tema e mobilizar a categoria, já que, no Brasil, as mulheres negras são historicamente as maiores vítimas de violência.
Também como representante do CFP, participa da atividade a conselheira federal e representante da Autarquia no Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, Obadeyì Carolina Saraiva.
Entre as convidadas, integram o diálogo a docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Jeane Saskya Campos Tavares; Paula Gonzaga, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante da Comissão de Direitos Humanos do CFP; e a psicóloga Vitailma Conceição Santos.
12ª Marcha das Mulheres Pretas
A 12ª Marcha das Mulheres Pretas deve reunir em Brasília/DF, em novembro de 2025, cerca de 1 milhão de mulheres negras de todos os estados e regiões do país. O evento é realizado para o desenvolvimento de agendas conjuntas e propositivas com organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil, voltadas ao fortalecimento da ação política coletiva e autônoma.
A marcha foi idealizada em 2011, em Salvador (BA), durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes.
Marcos de mobilização
O Julho das Pretas é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras do Brasil,organizado em conjunto pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Rede de Mulheres Negras do Nordeste e Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira.
Também no mês de julho, uma importante ação demarca o tema: no dia 25 comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data marca o momento em que mulheres negras da América Latina e Caribe se reuniram no 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em 1992, para denunciar os efeitos opressores do machismo e racismo, se organizando para combatê-los.
No mesmo dia é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola ícone da resistência quilombola no século 18, a qual ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão.
Serviço
Live: Todas nós somos Virgínia Bicudo: mulheres negras na Psicologia por reparação e bem viver
Data: 26/7/2024
Horário: 16h
Acompanhe ao vivo pelo canal do CFP no YouTube.