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20/03/2018 - 18:30

Luta pela sobrevivência, fluxos migratórios e territórios em disputa

Realidade da vida de pessoas em situação de rua, imigrantes e a questão da moradia no Brasil foram temas das atividades do dia 16

Luta pela sobrevivência, fluxos migratórios e territórios em disputa

Realidade da vida de pessoas em situação de rua, imigrantes e a questão da moradia no Brasil foram temas das atividades da tenda de Direitos Humanos, no dia 16. O seminário sobre a luta pela sobrevivência, fluxos migratórios e os territórios em disputa teve a mediação de Carla França, da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Paulo Illes, integrante do Fórum Social Mundial de Migrações, explicou a crise dos refugiados e disse que os imigrantes são solução, não o problema: “Questionar os imigrantes é questionar a história da humanidade.” Segundo ele, existem cerca de 740 milhões de migrantes em todo o mundo, entre refugiados e migrantes internos, do campo para a cidade, em sua maioria. No pacto global das migrações, quem “manda” é a governança global. Para eles, os imigrantes são vistos como vulneráveis, uma visão assistencialista. Para ele, é necessário “criar uma agenda afirmativa e positiva, que garanta a participação dos imigrantes nessas estruturas de poder”.

Representante do Movimento Nacional da População de Rua, Maria Lúcia da Silva falou sobre a realidade dos moradores de rua e sua luta diária pela sobrevivência. Lembrou ainda que essa população não é vista nem pelo estado, pois nem é contabilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para Marli Carrara, da União Nacional por Moradia Popular, o maior problema da atualidade é o enfrentamento da especulação imobiliária.

Nabil Bonduki, professor de Planejamento Urbano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), falou sobre habitação popular e políticas públicas e lembrou a complexa relação de um contexto no qual lares são mercadorias geradoras de lucros. Segundo ele, as pessoas precisam constituir um lar que permita se reconhecerem como seres humanos.