A mesa “Problematizando a Psicologia na História: diferentes faces das relações entre Psicologia e Sociedade no Brasil” aconteceu na tarde desta quinta-feira (14), durante o 9º Congresso Norte-Nordeste de Psicologia (Conpsi), em Salvador (BA).
Os palestrantes foram os professores Denis Barros de Carvalho (UFPI), Fernando Lacerda Junior (UFG) e Maria Lúcia Boarini (Universidade Estadual de Maringá). Os componentes da mesa são integrantes do Projeto “Memórias da Psicologia”, do Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Denis Carvalho discorreu sobre a “História da Psicologia Ambiental através dos seus livros”. Segundo ele, não há uma história da Psicologia, mas recortes, divididos em três grandes categorias de estudo: as teorias psicológicas, objetos técnicos (testes) e as figuras sociais (psicólogos, pacientes). “Poucos sabem dos papéis sociais e das intervenções sociais que eles (atores) construíram ou agiram”, ressaltou.
Em uma das três questões sobre a Psicologia ambiental, Carvalho destacou o saber. Segundo ele, como a Psicologia ambiental é interdisciplinar, compreende-se pelos seus autores, ou seja, não se limita a apenas a uma ciência.
Maria Lúcia Boarini apresentou o painel “Desnaturalizar a Psicologia é preciso”. Segundo ela, a desnaturalização é recente, fazendo uma digressão pela História sobre como se deu esse processo.
Sobre “como desnaturalizar” a história, Maria Lúcia respondeu que isso não pode ser feito de forma a esquartejar o saber, ou seja, fragmentar o conhecimento. Para ela, o estudo do Psicossocial é um rompimento desse esquartejamento, pois envolve não apenas aspectos técnicos, mas humanos.
Desta forma, ela critica quando não há um processo psicossocial na elaboração do laudo. “Qual a implicação do laudo na sua profissão? Laudo é arma perigosa. De caráter imediativo, curativo, quem tem essa visão é limitado, pois, muitas vezes, um laudo mal redigido gera problemas para sociedade”, ressaltou.
Ao apontar esse aspecto, Boarini destaca que o aluno brasileiro, de uma maneira geral, pouco lê. “Nosso aluno não lê. Ele precisa ler”. É difícil entender a Psicologia se não entendermos a sociedade em que a gente vive”, alertou.
Fernando Lacerda apresentou reflexões acerca do tema “Psicologia Social contra Socialismo Científico”, na questão envolvendo o estudo da Psicologia e as lutas sociais. O professor da UFG discorreu sobre a relação Psicologia e política na história da Psicologia, bem como problematizou esses dois projetos de ciência para estudar a sociedade – além da oposição e relação entre eles.
Ao final, Fernando lançou um questionamento aos presentes: “será que é possível haver o diálogo entre Psicologia e marxismo? Há uma Psicologia alternativa ou teremos uma ‘superação’ da Psicologia?”, problematizou.
Confira abaixo vídeo sobre a atividade: