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02/09/2015 - 18:13

Ministério da Saúde lança campanha sobre saúde de mulheres lésbicas e bissexuais

A ação faz parte da estratégia para sensibilizar profissionais de saúde que atuam no SUS para oferecer um acolhimento e atendimento com escuta qualificada e humanizada

Ministério da Saúde lança campanha sobre saúde de mulheres lésbicas e bissexuais

O Ministério da Saúde lançou nesta tarde desta quarta-feira (2) uma campanha com foco na atenção à saúde das mulheres lésbicas e bissexuais. Realizada em parceria das Secretarias Políticas para Mulheres (SPM) e de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), a ação faz parte da estratégia para sensibilizar os trabalhadores, gestores e profissionais de saúde que atuam no SUS para oferecer um acolhimento e atendimento com escuta qualificada e humanizada às mulheres lésbicas e bissexuais.

Com o slogan “Cuidar da Saúde de Todos. Faz bem para a Saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais. Faz bem para o Brasil”, a iniciativa é mais uma etapa da campanha “Políticas de Equidade. Para Tratar Bem De Todos”, que busca valorizar o direito à saúde das populações em situação de vulnerabilidade e garantir atendimento de qualidade no SUS a todos os brasileiros.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) faz parte da Comissão Intersetorial de Saúde da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CISPLGBTT), uma das comissões do Conselho Nacional de Saúde que participou da elaboração desta campanha.

Para analisar o acesso à saúde da população LGBT no SUS, está em andamento uma pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde, coordenada pela Universidade de Brasília (UnB) e com parcerias de mais seis universidades e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo vai mapear o atendimento nos serviços de atenção básica, média e alta complexidade, na perspectiva dos usuários, profissionais e gestores para orientar estratégias e ações para aperfeiçoar a qualidade da atenção integral oferecida a essa população. Os resultados terão abrangência nacional e devem ser apresentados no primeiro semestre de 2016.

Entre os principais problemas relatados por mulheres lésbicas e bissexuais no acolhimento e atendimento em saúde estão à crença equivocada de que elas não têm risco de desenvolver cânceres de mama e de colo de útero, a oferta de anticoncepcionais e preservativos masculinos antes de qualquer abordagem sobre suas práticas sexuais, o atendimento ginecológico embasado no pressuposto de que a vida sexual ativa de todas as mulheres é heterossexual ou ligada à reprodução.

“Essas ações são importantes para que as mulheres possam ser acolhidas no SUS de forma a poderem expressar as suas necessidades e receber orientações sobre cuidados com a saúde. A ideia é garantir atendimento às mulheres lésbicas e bissexuais, em suas diversas formas de vivenciar a sexualidade, ou seja, com respeito à orientação sexual. Isso requer a colaboração de profissionais de saúde, movimentos sociais e da sociedade como um todo”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 68 mil mulheres, entre 10 e 60 anos ou mais, sofreram violências interpessoais em 2014 no país. Neste total estão inseridas as mulheres lésbicas e bissexuais que, além das violências que afetam a todas as mulheres, também são alvos de violências motivadas por homofobia, lesbofobia ou bifobia, como revela o Relatório Sobre Violência Homofóbica no Brasil, desenvolvido pela SDH. O levantamento apontou que 4.851 pessoas foram vítimas de violações de caráter homofóbico no país em 2012, sendo que 37,6% desse total eram lésbicas.

A campanha inclui a distribuição de 100 mil cartazes para secretarias estaduais e municipais de Saúde para capitais acima de 300 mil habitantes, e de 20 mil folders para mulheres lésbicas e bissexuais destinados aos movimentos sociais, Comitês Estaduais e Municipais de Saúde das Populações de Gays Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), além da SDH e SPM.

Além disso, também estão incluídas ações nas mídias sociais com postagens de textos, imagens, vídeos, o envio de e-mail marketing para profissionais de saúde, gestores e movimentos sociais.

Sabia mais no Portal da Saúde: www.saude.gov.br/saudelgbt