É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) informa o falecimento de Marcos Aurélio Collen Leite, ex-diretor do Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo (SinPsi) e ex-integrante do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-06). Ele faleceu em um acidente de automóvel, nesta segunda-feira (31), em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo.
Psicólogo, Collen foi militante da luta antimanicomial. Participou, em 1987, da formulação da Carta de Bauru no II Congresso Nacional dos Trabalhadoras/es em Saúde Mental, evento que inaugurou o termo “luta antimanicomial”.
Dirigente sindical por dois mandatos no SinPsi, Marcos Collen era presença constante em ações relacionadas aos direitos humanos e à saúde mental, como as conferências de Saúde Mental do Controle Social e o Congresso de Fundação da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), em 2007. Também foi coordenador da Câmara Técnica de Saúde Mental de São Paulo e membro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP).
Aos 60 anos, Collen atuava como psicólogo em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), em Franco da Rocha, na grande São Paulo.
O irmão mais velho de Marcos, Eduardo Collen Leite, o Bacuri, foi ativo militante contra o regime civil militar no Brasil (1964-1985). Faleceu em 8 de dezembro de 1970, após 109 dias de tortura. Hoje, Bacuri é nome de um Centro de Convivência Comunitária da Saúde Mental (CECCO), na Pompeia, em São Paulo, e de uma rua no bairro das Indústrias, em Belo Horizonte. O caso de Bacuri foi escolhido pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos (CFMDP) para ser o primeiro a ser julgado em função da quantidade de testemunhos e documentos que comprovam as torturas sofridas no cárcere.