É com tristeza que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebeu a notícia do falecimento, nesta segunda-feira (10), da psicóloga paulista Ecléa Bosi, aos 80 anos. Professora emérita do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), em 46 anos dedicados ao estudo da Psicologia, Bosi se destacou por uma atuação voltada às populações mais vulneráveis, especialmente, mulheres e idosos.
O legado de Ecléa Bosi demonstra sua militância social, política e cultural e seu envolvimento em temas latentes na sociedade e que precisam de atenção especial. Ecléa foi a idealizadora do Universidade Aberta à Terceira Idade, projeto que há 23 anos oferece cursos gratuitos a pessoas com mais de 60 anos. A dedicação aos idosos e ao universo feminino das operárias foi um exemplo das lutas que essa grande mulher travou para fazer a diferença.
Dentre suas obras mais importantes estão Memória e Sociedade, Cultura de Massa e Cultura Popular, Leituras de Operárias, Velhos Amigos, O Tempo Vivo da Memória e a antologia Simone Weil.
A trajetória de Ecléa Bosi na Psicologia é reconhecida mundialmente, tendo recebido várias premiações internacionais, entre elas: o Prêmio Internacional Ars Latina em 2009 pelo conjunto de sua obra; o Prêmio Averroes 2011 pelos estudos sobre memória e sociedade e pelo pioneirismo do programa Universidade Aberta à Terceira Idade; e a Láurea Loba Romana, entregue a italianos e descendentes que se destacaram pela atuação social, econômica e cultural e contribuíram para o estreitamento das relações entre Brasil e Itália. Em 2011, Ecléa Bosi também foi homenageada pela revista Psicologia Ciência e Profissão do Sistema Conselhos de Psicologia.
A Psicologia social tem muito a agradecer a enorme contribuição de uma pessoa que se dedicou a estudar e a entender o mundo para transformá-lo em palco de justiça e de conhecimento.
Com informações da Assessoria de Imprensa da USP.
Foto: Marcos Santos/USP