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20/03/2013 - 18:59

CDHM

FENPB assina nota da Plataforma Dhesca.

O Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) aprovou, por unanimidade, a subscrição da nota da Plataforma Dhesca. Veja a seguir a íntegra da nota:

Organizações cobram posicionamento público da Secretaria de Direitos Humanos e do Governo Federal com relação à presença de um racista, sexista e homofóbico na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara

As organizações abaixo assinadas vem, publicamente, requerer um posicionamento da Secretaria de Direitos Humanos (SDH/PR) quanto à eleição do Dep. Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.

Com surpresa, temos acompanhado a falta de empenho político da SDH/PR, quanto a um fato que coloca em risco a garantia dos direitos humanos no país. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara sempre foi uma instituição parceira dos movimentos sociais e da própria SDH/PR na promoção dos direitos humanos. Até o momento, não tomamos conhecimento de nenhum posicionamento oficial da pasta sobre a presidência da Comissão ser ocupada por um deputado declaradamente racista e homofóbico. Além disso, também não há nenhuma manifestação ou ação tomada pela SDH/PR quanto às movimentações da Bancada Evangélica na Câmara, capitaneada pelo Partido Social Cristão (PSC), com o objetivo de monopolizar a CDHM com uma explícita agenda de retrocesso de direitos. Isso nos leva a questionar qual o posicionamento da Presidência da República e do Governo Federal no que diz respeito à questão.

Lamentavelmente, esta atitude, que remete a uma omissão da Secretaria de Direitos Humanos e do Governo Federal, ocorre desde o início da atual gestão, quando foram desmobilizados todos os esforços dos movimentos de direitos humanos para a implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, o PNDH3, publicado por meio do Decreto nº 7037 de 21/12/2009. A atual gestão da Secretaria desconstituiu o Comitê Interministerial de Acompanhamento e Monitoramento do programa, previsto no Decreto, e publicamente afirmou que o PNDH traria uma “imagem negativa” para o governo.

A Secretaria de Direitos Humanos tem como missão institucional a defesa e garantia dos Direitos Humanos, especialmente de grupos historicamente discriminados e em situação de vulnerabilidade. É estarrecedora a falta de posicionamento público do Ministério também quanto a outras ações do Governo Federal, como o retrocesso da política de combate à homofobia nas escolas; à internação compulsória de usuários de crack e outras drogas e ao financiamento de comunidades religiosas terapêuticas. A SDH deveria questionar interna e publicamente medidas do próprio governo que retrocedem na garantia dos direitos humanos e fortalecem o fundamentalismo religioso, em uma clara violação da laicidade do Estado. Essas omissões contradizem os discursos emitidos pela Presidenta da República que, internacion almente, defende a universalidade dos direitos humanos.

Diante dessas questões e tendo em vista que a SDH é o Ministério responsável por garantir a perspectiva de Direitos Humanos estabelecida pelo Governo Federal, requeremos posicionamento deste Ministério e da presidenta Dilma sobre a recente usurpação da CDHM por interesses privados contrários a efetivação dos direitos e sobre os recentes recuos na agenda dos direitos humanos no Brasil, em razão de alianças e pressões de setores religiosos conservadores.

Atenciosamente,

1.    ABECIPSI – Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia
2.    ABEP – Associação Brasileira de Ensino de Psicologia
3.    ABL-Articulação Brasileira de Lésbicas
4.    ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
5.    ABOP – Associação Brasileira de Orientação Profissional
6.    ABPD – Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento
7.    ABPJ – Associação Brasileira de Psicologia Jurídica
8.    ABPP – Associação Brasileira de Psicologia Política
9.    ABPSA – Associação Brasileira de Psicologia da Saúde
10.  ABRANEP – Associação Brasileira de Neuropsicologia
11.  ABRAP – Associação Brasileira de Psicoterapia
12.  ABRAPEDE –  Associação Brasileira de Psicologia nas Emergências e Desastres
13.  ABRAPEE – Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional
14.  ABRAPESP – Associação Brasileira de Psicologia do Esporte
15.  ABRAPSO – Associação Brasileira de Psicologia Social
16.  AMB – Articulação de de Mulheres Brasileiras
17.  AMNB – Articulação das Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
18.  ANCED – Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente
19.  ANPEPP – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
20.  ASBRO – Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos
21.  ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
22.  Associação Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú
23.  CEN – Coletivo de Entidades Negras
24.  Centro de Direitos Humanos e Educação Popular
25.  CEBI – Centro de Estudos Bíblicos
26.  Centro de Referência em Direitos Humanos – CRDH/CCJ/UFPB
27.  Centro Nordestino de Medicina Popular
28.  CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
29.  CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
30.  CFP – Conselho Federal de Psicologia
31.  Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência
32.  Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes
33.  Conectas
34.  CONEP – Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia
35.  Conselho Federal de Psicologia
36.  Conselho Indigenista Missionário
37.  Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
38.  CRIOLA
39.  Dignitatis – Assessoria Técnica Popular
40.  FENAPSI – Federação Nacional dos Psicólogos
41.  FIAN Brasil – Rede de Informação e Ação pelo Direito a se Alimentar
42.  FLAAB – FEDERAÇÃO LATINO AMERICANA DE ANÁLISE BIOENERGÉTICA
43.  Fórum Cearense de Mulheres
44.  FULANAS – Mulheres Negras da Amazonia Brasileira
45.  Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT
46.  Grupo Curumim-Recife-PE
47.  Grupo Elos LGBT do DF e Entorno
48.  Guaimbê – espaço e movimento criativo
49.  IBAP – Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica
50.  IBASE  Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
51.  INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
52.  Instituto de Mulheres negras do Amapá
53.  Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania
54.  Instituto Negra do Ceará.
55.  Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
56.  ISER – Instituto de Estudos da Religião
57.  JusDh – Articulação Justiça e Direitos Humanos
58.  Justiça Global
59.  MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens
60.  MMC – Movimento de Mulheres Camponesas
61.  MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
62.  Movimento D´ELLAS
63.  Observatório de Favelas
64.  Plataforma Dhesca Brasil – Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais
65.  Rede das Mulheres de Terreiro de Pernambuco
66.  Rede ECPAT Brasil
67.  Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde
68.  Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
69.  Relatoria Nacional do Direito Humano à Educação
70.  Relatoria Nacional do Direito Humano à Saúde Sexual e Reprodutiva
71.  Relatoria Nacional do Direito Humano à Terra, Território e Alimentação
72.  Relatoria Nacional do Direito Humano ao Meio Ambiente
73.  SBPH – Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
74.  SBPOT – Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho
75.  Secretaría de Mulheres – ABGLT
76.  SARES – Serviço de ação, reflexão e educação social
77.  SOBRAPA – Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura
78.  Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
79.  SDDH – Sociedade Paraense de Direitos Humanos
80.  Tambores de Safo
81.  Terra de Direitos
82.  THEMIS – Assesoria Jurídica e Estudos de Gênero
83.  Uiala Mukaji Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco
84.  Via Campesina Brasil