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13/09/2017 - 14:12

Prevenção ao Suicídio: desafios para a Psicologia e a saúde pública

CFP promove, dia 21/9, diálogo digital sobre o papel de psicólogas/os no apoio aos que atentam contra a vida e aos familiares que vivenciam o luto

Prevenção ao Suicídio: desafios para a Psicologia e a saúde pública

Mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. Esse cenário estatístico preocupante motivou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a colocar o tema como prioridade na agenda global de saúde pública, incentivando os países a adotarem estratégias de prevenção com abordagem multisetorial, de forma a quebrar estigmas e tabus que ainda persistem.

Para debater as contribuições da Psicologia para a compreensão do tema e o seu papel no cuidado daqueles que atentam contra a própria vida e das de todos que vivenciam o luto dessas perdas inesperadas, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, no dia 21 de setembro, às 17h, um diálogo digital transmitido ao vivo pela internet com o tema “Prevenção ao Suicídio: desafios para Psicologia e saúde pública”. Você pode participar em tempo real enviando perguntas pelo Facebook, Twitter e Youtube com hashtag #dialogosCFP ou pelo e-mail comunica@cfp.org.br.

Os participantes do debate digital sobre suicídio são: Vanessa Eletherio, professora de Psicologia do Centro Universitário Estácio do Recife/PE; Luana Lima, da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (Abeps) e do Observatório de Bioética e Direitos Humanos dos Pacientes; Selena Teixeira, da Liga Acadêmica de Suicidologia do Piauí (Laspi) e do Laboratório de Estudos sobre Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio de Teresina/PI, pesquisadora da temática “suicídio de idosos no Brasil” pela Escola Nacional de Saúde Pública (Fiocruz); Sonia Grubits,
doutora em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da temática suicídio em idosos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e sobre as populações indígenas de Mato Grosso do Sul; Álvaro Pinto, membro do Conselho Regional de Psicologia – 10ª Região (Pará e Amapá) e do grupo de trabalho Psicologia e Povos Indígenas, com experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social; e Pedro Paulo Bicalho, conselheiro-tesoureiro do CFP, doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor associado do Instituto de Psicologia da UFRJ e professor visitante do Scottish Institute for Policing Research da University of Dundee (Escócia) e do Programa de Maestría en Psicología Social da Universidad de la Republica (Uruguai).

Para participar e acompanhar ao vivo, confirme presença aqui: https://www.facebook.com/events/118502238851766/

De acordo com o CFP, a atuação de psicólogas/os na prevenção ao suicídio deve extrapolar as intervenções estritamente individuais e buscar a compreensão das condições de vida que podem contribuir para produzir sofrimentos mentais intensos. “A vida se constitui na relação das pessoas com seu entorno, na produção psicossocial dos modos de ser e estar. Por isso, o papel da Psicologia é acolher e resignificar esse sofrimento, a partir do entendimento de como ele é produzido nas instâncias sociais, históricas e culturais. ”, explica a psicóloga Sandra Sposito, conselheira do CFP.

Em todo o mundo, 75% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda, segundo dados da OMS. Isso demonstra que as motivações para a prática suicida estão relacionadas também às relações de violência e opressão que se manifestam nos espaços laborais, sociais e familiares, na exploração econômica, na falta de acesso à educação, cultura e saúde. “Quando discutimos a questão do suicídio, precisamos lembrar que vivemos em uma sociedade fundamentada na exploração e profundamente marcada pela opressão, pela desigualdade, pela competitividade e pelo individualismo”, avalia a psicóloga Ana Sandra, vice-presidente do CFP.

De acordo com a OMS, o suicídio é a segunda principal causa de óbito entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. “Vivemos numa sociedade que vende ao jovem a falsa promessa de sucesso garantido desde que estude, empreenda e se esforce. No entanto, essa possibilidade de futuro perfeito, de felicidade plena, de ausência total de sofrimento não se concretiza, trazendo sensação de fracasso e desesperança”, afirma Rogério Giannini, presidente do CFP.

Leia mais:
Em dezembro de 2013, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou o livro “Suicídio e os desafios para a Psicologia”. A publicação chama atenção para uma situação que retira a vida de milhões de pessoas em todo mundo e que pode ser evitada, especialmente por meio do apoio psicológico para os que atentam contra a própria vida e para aqueles que vivenciam o luto da perda.

O livro reúne as questões levantadas pelos debates on-line “Suicídio: uma questão de saúde pública e um desafio para a Psicologia clínica” e “Suicídio: o luto dos sobreviventes”, realizados em 24 de julho e 21 agosto de 2013.

Veja os currículos dos participantes do diálogo digital sobre suicídio:

Vanessa Eletherio
Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e docente em Psicologia do Centro Universitário Estácio do Recife/PE.

Luana Lima
Psicóloga e bacharel Interdisciplinar em Humanidades pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em Bioética pela Universidade de Brasília. É membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (Abeps) e do Observatório de Bioética e Direitos Humanos dos Pacientes.

Selena Teixeira
Psicóloga, mestre e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor)/CE. Docente do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial Facid Devry, membro do Laboratório de Estudos sobre Processos de Exclusão Social (Lepes) da Unifor/CE. Supervisora da Liga Acadêmica de Suicidologia do Piauí (Laspi) e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio de Teresina. Pesquisadora da temática “suicídio de idosos no Brasil” pela Escola Nacional de Saúde Pública (Fiocruz).

Sonia Grubits
Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, doutora em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp) e doutora em Semiótica por Paris 8 Sorbonne. Professora e pesquisadora da Universidade Católica Dom Bosco/MS (UCDB). Pesquisadora da temática suicídio em idosos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e sobre as populações indígenas de Mato Grosso do Sul.

Álvaro Pinto
Psicólogo graduado pela Universidade da Amazônia. Atualmente, trabalha no Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins. É membro do Conselho Regional de Psicologia – 10ª Região (Pará e Amapá), onde também integra o grupo de trabalho Psicologia e Povos Indígenas, e do Conselho Estadual sobre Drogas do Pará. Também representa os trabalhadores da saúde no Conselho Distrital de Saúde Indígena DSEI GUATOC. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social.

Pedro Paulo Bicalho
Doutor e mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Psicologia Jurídica (Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ), professor Associado do Instituto de Psicologia, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ. Professor Visitante do Scottish Institute for Policing Research da University of Dundee (Escócia) e do Programa de Maestría en Psicología Social da Universidad de la Republica (Uruguai).